Seminário Transportes: dimensão chave para um Brasil sustentável
Seminário Transportes: dimensão chave para um Brasil sustentável 19 de novembro de 2014, 9:00hs, Alameda Lorena, nº 360 (Hotel Golden Tulip Park). Iniciativa: Fundação Perseu Abramo, Fundação Friedrich […]
Publicado 10/11/2014
Seminário
Transportes: dimensão chave para um Brasil sustentável
19 de novembro de 2014, 9:00hs, Alameda Lorena, nº 360 (Hotel Golden Tulip Park).
Iniciativa: Fundação Perseu Abramo, Fundação Friedrich Ebert, Carta Maior
FASE, Rede Desenvolvimentista, Plataforma Política Social, Instituto Lula, Central
Única dos Trabalhadores, Greenpeace Brasil, Rede Brasileira de Justiça Ambiental,
Confederação Nacional dos Metalúrgicos, MST, MPL, Prefeitura SP/SBdoCampo/Porto
A prevalência dos setores agrícolas e minerais na pauta exportadora
(primarização) e o processo de redução da indústria de transformação na participação
do Produto Interno Bruto (desindustrialização) na estrutura produtiva brasileira tem
sido as duas faces de um processo que apresentam hoje grandes desafios para o
desenvolvimento inclusivo e sustentável no Brasil. Primarização e desindustrialização
corroem a geração de empregos e renda em setores de maior intensidade tecnológica ao
mesmo tempo que pressionam os territórios para a produção e extração.
A dimensão do transporte condensa vários aspectos do desenvolvimento
sustentável tais como níveis de emprego, industrialização, questões ligadas ao
urbanismo, consumo de energia, infraestrutura logística, etc. Assim, o tema é chave para
pensar estratégias que visem solucionar a encruzilhada entre a primarização e
desindustrialização que o Brasil enfrenta atualmente.
Por exemplo, nos governos anteriores a Lula a baixa prioridade dos modais
aquaviário e ferroviário gerou um desequilíbrio significativo na matriz de transporte de
cargas, fazendo com que dezenas de milhões de toneladas de soja sejam ainda hoje
transportadas por mais de 1 mil km em caminhões.
Além disso, o ordenamento do espaço viário urbano, de responsabilidade da
gestão pública municipal e estadual, foi historicamente pouco contemplado com
políticas de indução ao transporte coletivo contribuindo para o império do modelo de
transporte motorizado individual.
Ao mesmo tempo, devido a seu potencial de indução do crescimento e geração
de empregos, a indústria automobilística no Brasil é um dos setores prioritários na
política industrial do Brasil e compõe parcela significativa na composição do PIB. No
entanto, é preciso compatibilizar o paradigma da mobilidade com equilíbrio social e
Os transportes consomem grande quantidade de energia e recursos naturais e
geram grandes quantidades de gases com efeito estufa. No nível mundial já representam
cerca de 25% do total e no nosso país as emissões do setor dos transportes vem
crescendo rapidamente. Ao passo que isso tem acontecido, surgiram também soluções
para responder a esse problema: investimentos para diversificar os modais de transporte,
intensificar o transporte público de qualidade e a inserção de novas tecnologias de
motorização limpa (uso de energia renovável e não renovável mais eficiente).
Recentemente o Governo Federal regulamentou o Inovar-Auto, projeto de
incentivo à inovação tecnológica prevendo desoneração parcial do IPI. Além disso,
iniciativas de pesquisa sobre mobilidade elétrica começaram a aparecer nos últimos
anos em pequena escala, como a incipiente projeto VE, desenvolvido pela Itaipu
Binacional em parceria com a Fiat e outras empresas de tecnologia. Além de carros, a
pesquisa contempla ônibus, caminhões, veículo leve sobre trilhos (VLT) e avião.
Independentemente desta evolução, há um conjunto de países que são
importadores de produtos da indústria brasileira de implementos para transporte. Em
alguns casos, há fábricas no país que praticamente exportam a maior parte da produção.
Entendendo que a construção de uma matriz coerente de infraestruturas de
transporte no país envolve uma visão planejada, sistêmica e de longo prazo, sustentada
na sua execução por vários governos sucessivos, é preciso resgatar a dimensão pública
do Estado em detrimento dos interesses corporativos. E no caso da indústria
automobilística, a questão da escala para viabilizar veículos com preços acessíveis e de
custos módicos de manutenção ainda vai ser um desafio que levará tempo.
Ao estabelecerem visões compartilhadas sobre o desenvolvimento
socioeconômico sustentável, as diferentes organizações do campo popular podem
discutir de que forma a mobilidade territorial e a indústria de transportes são elementos
para uma agenda de lutas no âmbito do fenômeno da reprimarização e
desindustrialização. Que políticas públicas se esperam do Brasil nos próximos anos para
subverter esse processo considerando seus desafios sociais e ambientais?
Seminário fechado para um conjunto de organizações chave do debate, cada
organização indica no máximo 3 participantes. Rodadas de discussão aberta a partir de
contribuições curtas de alguns convidados/participantes que irão responder às seguintes
1- Qual é o potencial da indústria dos transportes para puxar a inovação tecnológica
2- Como equacionar em termos de emprego a transição de uma indústria de
transporte fundamentalmente individual para uma com ênfase no transporte
coletivo e sustentável?
3- Como seria a contribuição dos transportes na transição para um padrão de uso de
energia crescentemente limpo (renovável e mais eficiente)?
4- Como equilibrar a expansão de um modelo de transporte mais sustentável em
termos de uso de energia (eficiência, tipo, e nível de poluição) e qualidade de
vida, com a sustentabilidade ambiental?
5- Quais são os melhores modelos de mobilidade para o melhoramento da
qualidade de vida urbana/rural?
Programa
Abertura Boas vindas (Fundação Friedrich Ebert, Carta Maior e Fundação Perseu
Primeira rodada de debates:
1- Qual é o potencial da indústria dos transportes para puxar a inovação tecnológica
no Brasil? (José Augusto Valente)
2- Como equacionar em termos de emprego a transição de uma indústria de
transporte fundamentalmente individual para uma com ênfase no transporte
coletivo e sustentável? (Sergio Nobre/CUT/CNM)
3- Qual é a viabilidade econômica e ambiental em termos da infraestrutura
necessária para uma transição do modelo de transporte no Brasil? (Maurício
Muniz Barreto de Carvalho (MP/Secretário do PAC)
14:00 – Segunda rodada de debates:
1- Como seria a contribuição dos transportes na transição para um padrão de uso de
energia crescentemente limpo (renovável e mais eficiente)? (Sérgio Leitão –
2- Como equilibrar a expansão de um modelo de transporte mais sustentável em
termos de uso de energia (eficiência, tipo, e nível de poluição) e qualidade de
vida, com a sustentabilidade ambiental? (?? Rede Brasileira de Justiça
3- Quais são os melhores modelos de transporte urbano para o melhoramento da
qualidade de vida urbana/rural? (MPL/ Prefeitura de São Paulo)
1- Adhemar Mineiro (DIEESE)
2- Alexandre Barbosa (CUT)
4- André B. Calixtre (IPEA-SGP)
5- André M. Biancarelli (Rede Desenvolvimentista)
7- Carlos Henrique de Carvalho (IPEA)
8- Eduardo Fagnani (Plataforma Política Social)
9- Fátima Mello (FASE)
10- Giorgio Romano (UFABC)
11- Gilberto Schneider (MAB)
12- Gonzalo Berron (FES)
13- Guilherme Delgado (MST)
15- Iara Pietricovsky (INESC)
16- Julianna Malerba (Rede Justiça Ambiental)
20- Ladislau Dowbor (PUC-SP)
21- Leda Paulani (SEMPLA/ Prefeitura Municipal de São Paulo)
22- Leonardo Scalabrin (MAB)
24- Maurício Muniz Barreto de Carvalho (Secretário do PAC)
25- Maria Ermínia Maricato (FAU-USP)
26- Maria Júlia Gomes (MST)
28- Natalia Szermeta (MTST)
29- Nazareno Affonso (ANTT/MDT)
30- Raquel Rolnik (FAU-USP)
32- Rodrigo Teixeira (PUC-SP)
33- Sérgio Leitão (Greenpeace)
34- Sérgio Nobre (CUT)
35- Vânia Viana (CUT)