Moradores conquistam direitos básicos em área atingida

Moradoras e moradores das áreas de palafita do bairro Boa Esperança, em Altamira, estiveram mobilizados nesta semana para exigir da prefeitura condições de permanência nas áreas que serão atingidas por […]

Moradoras e moradores das áreas de palafita do bairro Boa Esperança, em Altamira, estiveram mobilizados nesta semana para exigir da prefeitura condições de permanência nas áreas que serão atingidas por Belo Monte. Eles cobraram a instalação de poços para captação de água, aterro das ruas e construção de pontes (prevendo a subida dos igarapés na época chuvosa) e a construção de bueiros para o escoamento da água.

As atividades de mobilização do bairro começaram logo na segunda-feira de manhã (18 de novembro), com uma reunião na rua São Francisco. Os moradores do local já estavam há mais de dois meses sem água. “A gente tinha que ir pegar lá na (rua) Bonfim”, contou dona Maria. De lá, partiram para a prefeitura, onde passaram todo o dia esperando para serem atendidos pelo secretário de obras.

O esforço não foi em vão: até hoje, já foi construído um poço para a São Francisco com uma nova caixa d’água, a Rua 8 começou a ser aterrada e também estão colocando os bueiros nas ruas. “Sabemos que isso só aconteceu porque o povo se organizou e foi pressionar”, afirma Edizângela Barros, moradora da Rua 8 e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

As famílias que moram na área devem ser as primeiras de Altamira a serem expulsas pela Norte Energia para dar lugar ao lago da barragem de Belo Monte. “Mas isso não pode ser uma desculpa para que o povo fique abandonado à própria sorte, sem as políticas públicas que são de direito”, afirmou Eliane Moreira, também moradora do bairro e militante do MAB.

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