Atingidos por Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu protestam na sede da Copel

Construção de UHE já atinge mais de 1000 famílias, que não contam com negociação e tampouco garantias por parte do consórcio da obra

Mais de 200 pessoas se concentram, desde às 07 horas da manhã, em frente à sede da Companhia Paranaense de Energia (Copel), empresa pública de energia, localizada no bairro Batel, em Curitiba. Tratam-se de famílias atingidas pelas obras da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, atualmente em construção entre as cidades de Capanema e Capitão Leônidas Marques, região Sudoeste e Oeste do Paraná.

As obras começaram em agosto de 2013 e já acumulam casos explícitos de violação contra os direitos humanos. O consórcio responsável pelas obras até agora não disponibilizou áreas para reassentamento das famílias atingidas. Ao lado disso, as empresas retiraram famílias sem negociação prévia e justa, de forma isolada, que viviam há décadas no local da construção da usina. Há casos de perda de rebanho e prejuízo na produção.

Atingidos exigem presença da Copel e governo do Paraná na mesa de negociação

O consórcio, dono da usina, é formado pela corporação Neoenergia e pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), que detém 30% de participação. Por esse motivo, as famílias exigem que a direção da empresa pública participe da mesa de negociação, bem como o governador do Paraná, Beto Richa. 

Os antigos cálculos do consórcio Geração Céu Azul, apresentados no Plano Básico Ambiental, apontavam o número de 360 famílias atingidas. Porém, o índice levantado após o recadastramento dos atingidas já atinge mil famílias.

A Neoenergia, por sua vez, é formada pelo Fundo de Pensão Previ do Banco do Brasil e, majoritariamente, pela multinacional Iberdrola, com sede na Espanha.

Algumas exigências das famílias: 

– A aprovação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas

por Barragens

– Solução imediata dos problemas dos atingidos por Baixo Iguaçu, como

reassentamento, indenização, entre outros.

– Negociação prévia com os atingidos antes do início de construção de

qualquer barragem no estado do Paraná.

– Criação de programas de revitalização de reassentamento e comunidades atingidas por barragens no estado do Paraná;

– Redução das tarifas de energia elétrica.