Ocupação de canteiro de Belo Monte ganha reforços
Diversos atingidos por Belo Monte, entre pescadores, garimpeiros e moradores de Altamira estão descendo para o canteiro de obras da barragem, que foi ocupado ontem (8) à noite por indígenas […]
Publicado 09/10/2012
Diversos atingidos por Belo Monte, entre pescadores, garimpeiros e moradores de Altamira estão descendo para o canteiro de obras da barragem, que foi ocupado ontem (8) à noite por indígenas e pescadores. Eles querem reforça a ocupação. A empresa parou a obra imediatamente.
Por volta de 100 pescadores e indígenas ocuparam na noite de ontem o sítio Pimental, onde está sendo construída a ensecadeira (barragem provisória) da usina de Belo Monte, no rio Xingu, na região de Altamira (PA). As obras foram paralisadas.
De acordo com os manifestantes, a ocupação é pacífica e visa pressionar a Norte Energia, dona da barragem, a dar respostas às reivindicações dos pescadores e indígenas, que já estão sofrendo as consequências da construção da usina. Os manifestantes pretendem ficar no local por tempo indeterminado.
Os pescadores já estão há 24 dias acampados na região da construção da barragem. Eles argumentam que já não conseguem pescar em vários pontos do Xingu e exigem indenização justa e um plano para recuperarem suas atividades. Na última semana de setembro, chegaram a apresentar suas reivindicações em reunião com representantes do Governo Federal.
Os pescadores reclamam de que a produção de pescado já caiu até 50% em determinadas regiões, e a empresa não os reconhece nem como atingidos. “Pesco 4 km abaixo de onde estão fazendo a obra, no local chamado Cana Verde. Em outubro do ano passado apanhava até 130 kg de peixe por semana. Agora jogo 9 malhadeiras e pego 4 ou 5 peixes”, afirma João Rodrigues da Silva, pai de 6 filhos e pescador há 15 anos. Ele disse que os peixes sumiram por causa do barulho forte das máquinas e explosão de pedras e da claridade.
Os indígenas já ocuparam as obras da barragem em junho deste ano e alegam que o acordo firmado com a Norte Energia para desocupação da obra não vem sendo cumprido.