CUT se soma à Jornada de Lutas dos atingidos

Através de atos públicos em diferentes capitais do Brasil, no próximo dia 14, os movimentos sociais querem chamar a atenção da sociedade para o debate sobre o modelo energético nacional. […]

Através de atos públicos em diferentes capitais do Brasil, no próximo dia 14, os movimentos sociais querem chamar a atenção da sociedade para o debate sobre o modelo energético nacional.

Da CUT Nacional

A Jornada Nacional de Lutas, tendo à frente o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), vai ter a participação da CUT. “Estamos orientando nossas entidades a se somar aos atos, em todos os estados da federação. Em Brasília, onde a CUT estará reunida com a presidenta Dilma, integrantes da Executiva Nacional também vão participar da mobilização”, explica o secretário geral Quintino Severo.

A Jornada também vai ampliar a unidade entre o MAB e a CUT no debate e na pressão política quanto ao modelo de desenvolvimento brasileiro. “Queremos debater as questões estruturantes desse modelo. E disso faz parte a questão da água, da energia, do modelo industrial. A grande questão é: para quê e para quem estamos fazendo os investimentos?”, explica Luiz Dalla Costa, da coordenação nacional do MAB, que esteve reunido com Quintino na última quinta-feira (8).

A ação conjunta das duas entidades é antiga. A parceria mais recente se dá nas campanhas nacionais contra a privatização dos sistemas de água e esgoto nas cidades brasileiras e pela renovação das concessões do setor elétrico.

Na pauta das mobilizações do próximo dia 14 há um ponto controverso. O MAB se posiciona claramente contra a construção da usina de Belo Monte, no Pará. Essa posição, no entanto, não é majoritária no interior da CUT, embora a Central também cobre do governo medidas para que a construção da usina tenha como parâmetros a garantia dos direitos das comunidades do entorno, a minimização do impacto ambiental e o respeito aos direitos dos trabalhadores da obra.

Sobre isso, Dalla Costa comenta: “O que nos une é a luta de classe. Esse é nosso maior ponto de contato. Porque discutir como as hidrelétricas são construídas e de que forma a população do entorno será protegida é de interesse de toda a classe trabalhadora.”

Gilberto Cervinski, também da coordenação do MAB, lembra que o preço da tarifa de energia elétrica, que recai sobre toda a população, é algo que começa a ser composto a partir da construção das usinas. “Quem vai construir, quais os termos do contrato com as empreiteiras e a quem será reservada a energia que será produzida são pontos que os trabalhadores querem discutir, interferir.