Em Minas Gerais acampamentos serão permanentes

Os acampamentos de Minas Gerais que iniciaram no domingo estão sendo reforçados com o aumento do número de participantes. Os atingidos também participam de debates fora do acampamento, como aconteceu […]

Os acampamentos de Minas Gerais que iniciaram no domingo estão sendo reforçados com o aumento do número de participantes. Os atingidos também participam de debates fora do acampamento, como aconteceu na segunda-feira (15), em uma atividade na Universidade Federal de Viçosa. Ontem, uma comissão participou de um debate sobre a Violação dos Direitos Humanos, na cidade de Mariana, que contou com a presença de autoridades, entre elas, os prefeitos da região e o presidente da CNBB, arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha.

Os integrantes do MAB deram o depoimento sobre as graves violações sofridas antes, durante e depois da implantação de uma barragem. No caso da Usina de Fumaça, o MAB denunciou a falta de indenização, como aconteceu com dezenas de diaristas que receberam apenas R$ 38,00, ou então as mais de 1000 famílias que extraiam pedra sabão e ficaram sem emprego, já que as pedreiras estão submersas ou isoladas. “Esta atividade tem mais de 200 anos na região e é de onde centenas de artesãos tiravam seu sustento. Agora estão sem condições de sobrevivência”, denuncia Claret Fernandes, coordenador do MAB na região.

As denúncias sobre os prejuízos causados pela barragem de Aimorés são ainda maiores. De propriedade da CEMIG e da Vale, a barragem destruiu pelo menos duas cidades: Aimorés e Itueta. Aimorés, por exemplo, foi fundada a partir do Rio Doce. Com a construção da barragem, o rio foi desviado num trecho de 8 km, impedindo as principais atividades dos moradores que dependiam do rio para viver.

Já a cidade de Resplendor, situada no remanso da barragem, também se encontra em situação crítica, com problemas na rede pluvial e de esgoto, entre outros. Além disso, o Ibama aprovou o aumento da cota da barragem de 84 para 90 metros, sem um novo levantamento de Estudos de Impacto Ambiental, impactando mais terras e famílias. “Isso é de uma irresponsabilidade muito grande de órgãos de proteção de meio ambiente. Temos muitos casos vergonhosos na construção de barragens em Minas Gerais e com estes acampamentos queremos denunciar essa situação. O acampamento de Fumaça será permanente, pois além de todas as perdas que tivemos, estamos à mercê da sorte. No entanto estamos dispostos à lutar para sermos indenizados e reassentados”, declarou o coordenador do MAB na região.

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