Enfrentamento das queimadas e agrotóxicos pelas mulheres de Triunfo
Documento
Metadados
Título da Arpillera
Enfrentamento das queimadas e agrotóxicos pelas mulheres de Triunfo
Descrição
O ano de 2024 foi marcado por intensas queimadas em diversas áreas do estado de Rondônia, impactando diretamente a vida das mulheres da região de Triunfo. Além dos danos ambientais, as queimadas trouxeram inúmeros desafios sociais, econômicos e de saúde para comunidades rurais, principalmente aquelas lideradas e sustentadas por mulheres. Com desafios como: a perda da biodiversidade local e a ameaça às plantações de subsistência; problemas respiratórios decorrentes da fumaça densa que permaneceu por dias; aumento da carga de trabalho feminino para garantir o bem-estar familiar; dificuldades na mobilidade e no acesso a serviços básicos, especialmente saúde e; a sensação de abandono diante da ausência de políticas públicas eficazes.
As companheiras de Triunfo se organizaram em espaços de escuta, denúncia e articulação para enfrentar esses desafios. Criaram estratégias de apoio mútuo e práticas de cuidado coletivo, mesmo em meio às adversidades climáticas e estruturais.
A experiência das mulheres de Triunfo em 2024, reafirma a potência do protagonismo feminino diante da crise climática e da negligência institucional. As companheiras transformaram dor em ação e se tornaram sementes de esperança e mudança.
Eixo - Tema
Data
julho 1, 2025
Autoras
Mulheres Atingidas do Triunfo
Cartinha
Escrevemos esta carta como um testemunho coletivo de nossas lutas, dores e conquistas frente aos desafios que enfrentamos.
Em 2024, fomos severamente atingidas pela densa fumaça das queimadas provocadas pelos grandes fazendeiros. Essa fumaça não só prejudicou nossa saúde com graves problemas respiratórios, mas também afetou profundamente nossas vidas e o meio ambiente. Logo após, fomos impactadas pelos agrotóxicos usados nas plantações e nos nossos rios. A terra, que sempre nos sustentou, sofre agora como nós.
Foi em meio a esses desafios que, em 2025, nós, mulheres, nos reunimos para criar uma Arpillera. Através dela, compartilhamos as histórias das consequências dessas ações que nos ferem tão profundamente. Não relatamos apenas o que vivemos, mas também nossas esperanças e nossa força.
Muitas de nós vivemos experiências transformadoras nesse processo. Para alguns, como eu, foi a primeira vez costurando. Sempre trabalhei na terra, mas essa nova experiência trouxe alegria ao meu coração. Mesmo em uma comunidade onde a violência contra a mulher ainda é uma realidade, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) tem nos apoiado. Durante a seca, recebemos cestas básicas que ajudaram nossas famílias e isso nos inspirou a participar ainda mais das atividades do movimento.
Eu adoeci na época da fumaça, mas participar da Arpillera trouxe um sopro de renovação. Apesar das dificuldades que enfrentei, como perder minha casa em um incêndio e passar meses internada com depressão, encontrei apoio e força junto às mulheres e ao MAB. Foi emocionante ver que, mesmo em meio às adversidades, podemos criar algo por nós mesmas e sair de casa mais felizes.
Os impactos das queimadas e dos agrotóxicos são imensos. Nossa saúde sofre, assim como nossas plantações, que não resistem aos venenos. Mas, juntas, somos mais fortes. Continuaremos lutando por nossas comunidades, nossas terras e nossas vidas.
Fotógrafo/a
Clara Fernandes Oblack
Localização
Secretariade Belém
Dimensões
56x49 cm
Bloco
Tecendo a Organização
Anexos
-
Foto -Enfrentamento das queimadas e agrotóxicos pelas mulheres de Triunfo (tratada)
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