A mobilização foi uma resposta à crescente proposta de privatização de serviços essenciais, como água, saúde e educação, no estado do Piauí
Publicado 28/10/2024 - Atualizado 28/10/2024
Na última quarta-feira (23), atingidos e atingidas do Piauí e Maranhão participaram de um ato público em Teresina, organizado pela Frente Piauiense Contra a Privatização, que inclui 25 organizações sociais que lutam contra o avanço das privatizações no Piauí. A mobilização foi uma resposta à crescente proposta de privatização de serviços essenciais, como água, saúde e educação, no estado do Piauí.
O ato, que teve início em frente à sede da Equatorial Energia, também denunciou as precárias condições do serviço de energia fornecido pela empresa, que opera tanto no Piauí quanto no Maranhão. A população enfrenta tarifas exorbitantes e um serviço considerado um dos piores do Brasil. Moradores de Amarante, Palmeirais, Teresina no Piauí, além de municípios maranhenses como São Francisco do Maranhão, Matões e Parnarama, destacaram problemas como a falta de energia, postes de madeira e frequentes acidentes com a rede elétrica. Essa situação agrava ainda mais a insatisfação da população, que clama por melhorias e investimentos adequados nos serviços essenciais. O ato ressaltou a urgência de soluções efetivas para garantir serviços de qualidade e acessíveis à comunidade.
Ainda durante a manhã, a mobilização seguiu para o Palácio de Karnak, sede do governo do estado do Piauí, onde os manifestantes denunciaram e reivindicaram a defesa da Empresa de Águas e Esgotos do Piauí (Agespisa). Desde 2023, a privatização da empresa, responsável pelo abastecimento de água e saneamento básico no estado, está em discussão. Os participantes também abordaram o sucateamento da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e a negociação para a entrega da gestão dos hospitais públicos do estado ao setor privado. Essas questões refletem a preocupação com a deterioração de serviços essenciais e a necessidade de manter a gestão pública dessas atividades, para garantir acesso e qualidade à população.
Uma comissão do MAB e do Sindicato dos Urbanitários foi recebida pela Equatorial, resultando em um acordo para que a empresa realizasse vistorias e solucionasse os problemas apontados. Além disso, a Secretaria de Relações Sociais do estado também recebeu representantes das organizações reunidas no Fórum Piauiense Contra a Privatização, que solicitaram uma audiência pública com o governador Rafael Fonteles.
Essa mobilização demonstra a importância da participação da sociedade civil na busca por melhorias nos serviços essenciais e na fiscalização das promessas feitas pelas empresas e pelo governo. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Fórum Piauiense Contra a Privatização continuam firmes na luta por serviços públicos de qualidade e contra a privatização.
Ressaltamos que a defesa do patrimônio público é fundamental para garantir o acesso igualitário e justo a direitos básicos, como água, energia, saúde e educação. Essa resistência é essencial para promover um diálogo contínuo entre a população e as autoridades, buscando soluções que atendam às necessidades da comunidade.