Movimentos populares e sindicais de todo o país apostam na organização de base para dialogar com o povo e eleger Lula presidente
Publicado 25/07/2022 - Atualizado 26/07/2022
Mais de 250 militantes de diversas organizações de 19 estados participaram da Plenária Nacional de Articulação das Brigadas de Agitação e Propaganda, que aconteceu na manhã desta segunda-feira, 25, de forma virtual. O encontro contou com militantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, do Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE, da Federação Única dos Petroleiros – FUP, da Central dos Movimentos Populares – CMP, do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, da União Nacional de Moradia Popular – UNMP, do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA e do Movimento Camponês Popular. Juntos, todos esses coletivos estão coordenando a articulação e o trabalho das brigadas.
Essa proposta se soma às demais iniciativas do campo democrático para eleger Lula presidente, como os comitês de lutas e as brigadas digitais. Além das organizações que coordenam o plano, militantes de outros coletivos de caráter nacional e estadual participaram do encontro, como o Movimento dos Trabalhadores por Direitos – MTD, o Levante Popular da Juventude – LPJ e dirigentes estaduais da CUT, da Contag e da Frente Brasil Popular.
Com o encontro, os movimentos consolidaram a articulação nacional necessária para o desenvolvimento do plano que está sendo construído, consolidando as brigadas de agitação e propaganda como mais uma ferramenta para fortalecer a mobilização de rua e eleger Lula Presidente. Até o momento, o plano aponta para a realização de brigadas nos 24 estados e no Distrito Federal, abrangendo mais de 100 municípios, em especial as capitais.
Nas saudações iniciais, Gleise Hoffman, presidente nacional do PT, Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, Gilberto Carvalho, da coordenação da campanha do pré-candidato Lula, e Josué Rocha, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto – MTST, falaram da importância desta iniciativa dos movimentos populares e sindicais e do esforço de unidade da esquerda para derrotar Bolsonaro neste pleito. Gleise ressaltou que o avanço do ódio e da violência nas eleições 2022 não deve nos paralisar. “Ao contrário, devemos sim fazer o diálogo com a população e fortalecer a organização popular”, disse a dirigente.
Saída à esquerda para a crise
Em sua fala, Juliano Medeiros defendeu que é preciso disputar não só as eleições, mas também o programa do governo Lula e os rumos do país. “É o melhor momento da história para denunciar o neoliberalismo e defender uma saída de esquerda para a crise, uma saída que inclua os mais pobres no orçamento, uma saída que promova uma reforma tributária para taxar mais os super ricos, uma saída que pense uma transição do nosso modelo de desenvolvimento para incorporar as necessidades de enfrentar a crise climática, uma agenda que incorpore os direitos humanos. Então, nós não vamos disputar só uma eleição, nós vamos disputar uma saída pra crise”, afirmou.
Neste contexto, João Moraes, da FUP, ressaltou que é necessário fortalecer os espaços democráticos e a articulação popular para barrar a destruição da economia brasileira que se coloca, de maneira absurda, a serviço de interesses do capital internacional, principalmente nos casos da venda da Eletrobras e da tentativa de privatização da Petrobras. “Entre nossas tarefas está a de reconstruir e aprofundar a soberania energética”, reforçou Moraes.
Para Fabíola Antezana, do Coletivo Nacional dos Eletricitários, a luta pela soberania precisa ser construída com o povo. “O diálogo com a população tem que priorizar os temas que mais afetam o povo, tais como o alto preço das tarifas de energia elétrica, do gás, dos combustíveis e dos alimentos, por exemplo. Por isso, vamos às ruas dizer para os trabalhadores que, se está caro, a culpa é do Bolsonaro”, ressaltou.
Falando sobre os objetivos, a metodologia e o funcionamento das Brigadas de Agitação e Propaganda, Liciane Andrioli, coordenadora do MAB, apresentou um exemplo concreto do plano que está sendo construído a muitas mãos pelas organizações sociais em São Paulo. “Envolveremos nossa militância, os nossos movimentos e a nossa base social para construir um plano bem concreto de trabalho e fazer a campanha nos bairros da capital paulista, fortalecendo as organizações populares”, explicou a coordenadora.
Ricardo Gebrin, da Consulta Popular, lembrou que “o exercício da organização das brigadas é estratégico, porque ajuda a sociedade a se preparar também para o pós-eleição, quando o povo – junto com Lula – vai precisar enfrentar o fascismo e os projetos neoliberais que estão em curso”.
De acordo com as representações das organizações envolvidas, o diálogo com o povo e todas as iniciativas para construir uma forte mobilização nas ruas é fundamental para garantir a vitória de Lula e derrotar o fascismo.
A plenária foi encerrada com as orientações e encaminhamentos das tarefas para a execução do plano, que agora deve avançar com desdobramentos em todos os estados para que o trabalho nas ruas tenha início assim que for lançada a campanha oficial.
Agenda de lutas
Durante a plenária ficou definida uma agenda de lutas para criar unidade, mobilização, animação e fortalecer o conjunto das iniciativas da campanha. A prioridade é a ação “SEXTOU COM LULA’, que já está acontecendo em alguns estados.
A programação definida até agora inclui as seguintes agendas: 16 de agosto – início da Campanha e 19 de agosto – Sextou com Lula, além da construção do Grito dos Excluídos e as mobilizações unitárias dos dias 6 de Agosto e 10 de Setembro, convocadas pela Campanha Fora Bolsonaro.
Não nos faltará disposição para lutar”, afirmou Raimundo Bonfim da CMP. “Com certeza, esse trabalho será vitorioso, Lula será eleito Presidente do Brasil e o povo vai voltar a sorrir”, concluiu o dirigente.