Dois anos após morte de Dilma Ferreira, ato é realizado no assentamento onde viveu em Baião (PA)
Homenagem marcou a denúncia do brutal assassinato e trouxe a memória da companheira que atuava em defesa do território amazônico
Publicado 22/03/2021
Familiares, vizinhos e amigos realizaram nesta segunda-feira (22) um ato simbólico em memória de Dilma Ferreira, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens, covardemente assassinada há dois anos, em 22 de março de 2019.
O local escolhido foi a casa da companheira, local de seu martírio, no assentamento Salvador Allende, em Baião (PA).
Atualmente, há uma família que mantém a posse e está cuidando do lote onde Dilma viveu. Estiveram presentes também integrantes da coordenação do MAB e da Comissão Pastoral da Terra.
Dilma foi assassinada na madrugada do dia 22 de março de 2019, dentro de casa, junto do companheiro, Claudionor Costa da Silva, e um amigo do casal, chamado Hilton Lopes.
O mandante das mortes é o fazendeiro Fernando Ferreira Rosa Filho, mais conhecido como Fernandinho. De acordo com as investigações da polícia, o fazendeiro via na liderança de Dilma uma barreira para os negócios na região, que envolvem grilagem de terras, extração ilegal de madeira e até tráfico de drogas.
Na véspera do assassinato de Dilma, Fernandinho também encomendou a morte de outros três trabalhadores de sua fazenda, Raimundo Jesus Ferreira, Marlete da Silva Oliveira e Venilson da Silva Santos.
Eles haviam feito reclamações sobre as condições de trabalho degradantes a que vinham sendo submetidos. O assassinato dos seis ficou conhecido como “chacina de Baião”.