Atingidos debateram, em atividade cultural, danos causados a partir do complexo hidrelétrico Teles Pires
Publicado 27/11/2020 - Atualizado 27/11/2020
Com destaque para realizações artísticas, o evento “Amazônia em debate – Teles Pires, o rio mais impactado da Amazônia” ocorreu no espaço Xingu no município de Sinop, no Mato Grosso, no último domingo (22).
A atividade é parte de um processo que tem por finalidade ampliar os canais de denúncias dos crimes ambientais e violações de direitos humanos cometidas pelos empreendedores das hidrelétricas no Teles Pires.
O debate em torno da UHE Sinop ficou em evidência no evento, que foi realizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens em parceria com o coletivo Proteja Amazônia, Fórum Teles Pires e Comissão Pastoral da Terra.
Um dos objetivos do espaço foi fortalecer o processo de responsabilização desses empreendedores pelos crimes cometidos. A arte foi uma das principais linguagens usadas na atividade. Foram expostas 40 fotografias em tamanho A3, que compõe o acervo histórico do MAB no estado.
O grafiteiro Jessé, após uma visita na comunidade atingida, produziu três painéis sobre o tema (dois moveis e um fixo). Houve também a produção de um vídeo para circular nas redes sociais sobre o processo histórico das violações, crimes ambientais e luta dos atingidos.
Após uma marcante mística que abordou dados e elementos sobre desmatamento, queimadas, agronegócio e hidronegócio na floresta amazônica e os efeitos sobre seus povos, foi exibido o filme ‘O Complexo’.
Esse curta é uma produção do Fórum Teles Pires de 2018, que traz uma reflexão sobre os impactos socioambientais a partir dos empreendimentos hidrelétricos construídos no baixo e médio Teles Pires.
Em seguida foi aberto para o debate, onde diversas pessoas puderam fazer uso da fala para expor e debater sobre os impactos sinérgicos do agro e hidronegócio na região.
Daniel, agricultor da Gleba Mercedes V, relatou sua vivência enquanto atingido desde o início do processo quando a usina hidrelétrica de Sinop começou a ser instalada, “foi um longo processo de reuniões e lutas para fazer valer os direitos”, afirma o atingido.
O depoimento de Daniel demonstrou que a organização popular para a luta contra as diversas violações de direitos dos atingidos se faz de extrema importância e dá frutos.
Professores de algumas instituições de ensino e outros atores importantes do cenário político como a vereadora eleita Professora Gracielle também usaram a palavra para debater sobre a importância desses órgãos na defesa das famílias atingidas e na fiscalização e combate aos crimes ambientais desses empreendimentos.
Assista: