Defensivo biológico é testado no Norte de Minas Gerais; resultados são positivos
O defensivo biólogico, feito de materiais orgânicos (material ruminal, pó de rocha e caldo de cana de açúcar) foi inicialmente desenvolvido na Fazenda Marquesa, do senhor Edison Martins, situada da […]
Publicado 29/08/2019
O defensivo biólogico, feito de materiais orgânicos (material ruminal, pó de rocha e caldo de cana de açúcar) foi inicialmente desenvolvido na Fazenda Marquesa, do senhor Edison Martins, situada da comunidade Ribeirão, município de Indaibira, no norte de Minas Gerais.
Um trabalho de aproximadamente 10 anos, que se iniciou devido à produção de cachaça orgânica na fazenda, que exigia insumos também orgânicos. A partir desse trabalho, ficou claro que era possível produzir o defensivo biólogico em grande quantidade, levando esse novo método para maior número de pessoas. Assim, começaram a se desenvolver testes com o defensivos nas propriedades de produtores da região, em pequena e grande escala.
Para a sua implantação, foram feitas diversas conversas com os produtores que já tinham a adesão na produção orgânica, sugerindo a realização de testes em pequenas áreas para mostrar que era possível reduzir ou até anular o uso dos defensivos convencionais.
Os produtores parceiros na implantação dos testes foram: Bruno, produtor de café com área experimental; Valdiro, com uma pequena área de tomate; e uma área de abóbora na fazenda do senhor Antônio. Os testes são feitos através de comparações entre as áreas cultivadas de forma convencionais e nas áreas cultivadas com o defensivo biólogico.
Os resultados foram bastante satisfatórios! No plantio de 1 hectare de abóbora houve um controle de pragas maior em comparação com controle de pragas convencionais. Também foi observado folhas maiores e coloração mais escuras dos frutos, e produção de frutos com tamanho praticamente igual tanto na abóbora quanto no tomate. Na cultura do café observou-se uma maior uniformidade da maturação dos grãos e aparentemente uma maior produção.
Os produtores se animaram com os resultados, com continuidade dos testes agora em áreas totais e também em outras culturas, com a adesão de novos produtores na pesquisa.
Um grande diferencial do defensivo biólogico, além do controle de pragas, é seu uso também como adubo folhear, ou seja com o uso dele se mantém e até fortalecem os inimigos naturais das pragas. Assim, aquelas que o defensivo convencional não elimina serão controladas pelos próprios inimigos naturais, voltando o equilíbrio natural, o que não é observado nas áreas com controle de pragas feita com agroquímicos.
Um dos principais objetivos da pesquisa é repassar aos produtores uma opção para produzir reduzindo os impactos ambientais e problemas para a saúde. O entrevistado Luís Antônio Gonçalves da Silva, técnico em agropecuária e engenheiro agrônomo, que presta assistência técnica aos produtores da pesquisa afirma que “o que me motivou é poder levar uma tecnologia a mais para melhorar a qualidade de vida e saúde dos produtores”.