Margaridas brotam em Brasília

Centenas de mulheres atingidas por barragens de todo o Brasil participaram da 6ª edição da Marcha das Margaridas, que aconteceu hoje (14) em Brasília Em sua sexta edição, a Marcha […]

Centenas de mulheres atingidas por barragens de todo o Brasil participaram da 6ª edição da Marcha das Margaridas, que aconteceu hoje (14) em Brasília

Em sua sexta edição, a Marcha das Margaridas, maior luta conjunta das mulheres na América Latina, levou 100 mil mulheres do campo, das águas e das florestas, de todos os estados do país às ruas da capital federal. Esta edição da marcha teve como lema “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”.


Liciane Andreoli da coordenação Nacional do MAB avalia que “este ano, mais do que nunca, foi fundamental realizarmos uma grande mobilização, que fez frente a este período de grande retrocesso nos direitos do povo brasileiro. Mostramos ao governo neofascista a força popular e a disposição de permanecermos em luta em defesa dos nossos direitos e da soberania do país”.

Ainda segundo Liciane “A marcha também foi um momento de renovar a esperança e fortalecer a unidade da luta pela vida e libertação das mulheres no Brasil”.

Mulheres, água e energia não são mercadorias

No marco da marcha, as mulheres atingidas construíram a oficina “Violações de direitos humanos das mulheres atingidas por barragens e a luta pela redução da tarifa de energia, que aconteceu no dia 13, e contou com a participação de cerca de 150 mulheres.


 “A oficina foi muito importante, porque discutimos junto às mulheres como o patriarcado -que é estrutural na sociedade- atua aprofundando as violações de direitos geradas pelas barragens. As mulheres atingidas, já afetadas pelas desigualdades de gênero e as desigualdades sociais têm sua situação de violação agravada pela chegada dos projetos. Somos nós que sofremos mais com esse modelo, seja no mundo do trabalho, no acesso a políticas públicas, na participação política das mulheres, e com o aumento da prostituição e violência, sem falar nos direitos básicos que nos são negados, como a própria energia muitas vezes” explica Tchenna Maso, do coletivo de Mulheres do MAB. “É por isso que entendemos que as mulheres são duplamente atingidas”, apontou.


As mulheres ainda discutiram uma agenda de luta contra o aumento das tarifas de energia elétrica que acontece em todos os estados e o fim dos subsídios nas tarifas de energia rural, que prejudicarão mais de quatro milhões de famílias agricultoras. 

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro