Atingidos de Gesteira começam a fazer o projeto da nova comunidade

Depois de quase 4 anos do crime da Samarco/Vale/BHP e 3 anos e 8 meses de muita luta, pressão e resistência, os atingidos que tiveram suas casas e modos de […]

Depois de quase 4 anos do crime da Samarco/Vale/BHP e 3 anos e 8 meses de muita luta, pressão e resistência, os atingidos que tiveram suas casas e modos de vida destruídos na comunidade de Gesteira, município de Barra Longa, puderam, no dia 17 de julho, começar a desenhar como querem a nova comunidade.

A Samarco já se negou a fazer o reassentamento uma vez, mas os atingidos permaneceram unidos e conseguiram reverter a decisão da empresa. Conseguiram ainda ampliar o tamanho do terreno do reassentamento de uma área de 7 hectares para uma área de 40 hectares e o número de pessoas com direito a serem reassentadas de 20 famílias para 37. O terreno desejado pela comunidade foi comprado no final de 2018 pela Fundação Renova.

Nesse mês de julho de 2019 os atingidos estavam ansiosos para começar a desenhar como será a nova comunidade. Em parceria com o GEPSA, grupo de Universidade Federal de Ouro Preto, e a AEDAS, assessoria técnica dos atingidos de Barra Longa, foi elaborada uma maquete-lousa do terreno do reassentamento de Gesteira, e de forma independente da Fundação Renova, os atingidos puderam compreender melhor quais são as áreas do terreno escolhido onde é possível construir casa e bens coletivos, desenhar ruas, lotes, campo de futebol etc.

“Foi um momento muito bom, onde podemos voltar a sonhar com o nosso lugar. Agora o desafio é apresentar o que queremos para a Renova e fazer com que ela aceite”, disse Vera, atingida que morava na comunidade.

“Eu nem conseguia pegar na caneta direito, não acreditava que o sonho do reassentamento estava se concretizando”, conta Simone, também moradora.

Essa atividade foi mais uma oficina do processo de construção do “Plano Popular do Reassentamento Coletivo de Gesteira”, que só foi possível devido à luta e perseverança dos atingidos.

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