MAB lança dossiê sobre crime de Brumadinho em Salvador (BA)

Na tarde desta segunda-feira (25), aconteceu o lançamento do dossiê elaborado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) sobre o crime da Vale em Brumadinho (MG), no Instituto de Geociências […]

Na tarde desta segunda-feira (25), aconteceu o lançamento do dossiê elaborado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) sobre o crime da Vale em Brumadinho (MG), no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Salvador.

 

 

No evento, o MAB, em conjunto com o grupo de pesquisa GEOGRAFAR, denunciou o modelo de mineração brasileiro, e a privatização da Vale, que já foi a maior empresa estatal do país e hoje atua colocando o lucro acima da vida e do meio ambiente.

O MAB acompanha, denuncia e auxilia os atingidos de Brumadinho desde o dia 25 de janeiro, por meio das brigadas que se deslocaram para toda a bacia do Rio Paraopeba e ao longo do Rio São Francisco, onde a lama e a contaminação começam a chegar, dois meses após o crime. “Não há dúvidas se o Rio São Francisco será contaminado, ele já foi afetado pelo rompimento da barragem em Brumadinho. O que se pergunta é se a lama também chegará”, questiona Léo Márcio, coordenação nacional do MPA.A contaminação inevitável do Velho Chico e os novos riscos.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), no estado da Bahia existem 426 barragens registradas: 24 barragens são de rejeitos, e dez estão inseridas na avaliação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) classificadas com alto risco, são elas: Afligidos (em São Gonçalo dos Campos), Apertado (Mucugê), Araci (na cidade de mesmo nome), Cipó (Mirante), Luiz Vieira (Rio de Contas), RS1 e RS2, em Camaçari, Tabua II (Ibiassucê), Zabumbão (Paramirim) e Pinhões (Juazeiro/Curaçá).Para Lucas Zenha, do projeto GEOGRAFAR, “o modelo mineral brasileiro não serve para nossa população, os moradores não conseguem sobreviver nos territórios em que as mineradoras atuam”.

“Só a organização das nossas comunidades e dos atingidos pode parar a ganância das empresas, o Rio São Francisco é patrimônio do povo brasileiro, essencial para o nordeste, é preciso discutir seriamente a sua proteção, uma política que garanta os direitos dos atingidos por estes projetos e a participação das comunidades na construção dos planos de segurança dessas barragens”, comenta Fernanda Rodrigues do MAB.

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