Somos atingidos, somos diversidade
Coletivo de diversidade sexual realizou sua primeira plenária durante Encontro Nacional do MAB, que ocorreu no Rio de Janeiro Fotos: Joka Madruga Mais uma vez o Movimento dos Atingidos por […]
Publicado 05/10/2017
Coletivo de diversidade sexual realizou sua primeira plenária durante Encontro Nacional do MAB, que ocorreu no Rio de Janeiro
Fotos: Joka Madruga
Mais uma vez o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) reafirmou seu compromisso com a construção de uma nova sociedade. Na quarta-feira (4), aconteceu a primeira Plenária Nacional da Diversidade Sexual, como parte da programação do 8° Encontro.
O movimento caminha rumo à inserção da diversidade sexual em todas suas instâncias, por meio de formações sobre o tema. A iniciativa veio dos próprios sujeitos e sujeitas LGBTs do MAB, como explica Camilla Brito, uma das organizadoras da proposta. Nós não queremos criar outro movimento, nós estamos construindo e ampliando o espaço da população LGBT dentro do MAB. Queremos que essas pessoas estejam em todas as tarefas, inclusive na direção do movimento.
Em um contexto de retrocessos, como o corte total do orçamento nacional para o combate à LGBTfobia, anunciado nesta semana, pautar a importância da diversidade dentro do movimento é um ato revolucionário, que escancara a preocupação do MAB em construir novos homens e novas mulheres.
O processo de transformação social passa pela liberdade de ser, de viver e de amar. Então a gente também precisa debater isso com os atingidos. Este é o momento em que a classe trabalhadora precisa estar muito unida para fazer o enfrentamento contra todos esses retrocessos e apontar a importância de debater raça, gênero, diversidade sexual é fundamental, afirma Camilla.
A travesti Paloma Silva, de 21 anos, que participa do Encontro, é de Fortaleza, cidade brasileira que mais mata travestis, transexuais e transgêneros no país. Em uma realidade em que a cada 25 horas uma pessoa LGBT é assassinada, Paloma destaca a vitalidade de organizar esses indivíduos para a luta por direitos.
Eu acho super importante que a gente está organizada e tem esse espaço para debater. É muito difícil a gente vivenciar tudo isso. É uma situação muito triste. Estar numa organização dessa é de muita importância e muito valor, porque a gente se sente bem mais protegida e com direitos, declara Paloma.
Em carta, o Coletivo de Diversidade do MAB afirmou que a luta contra todas as formas de exploração e opressão é uma luta pela transformação da sociedade. Humanizar nossas relações se torna uma condição para continuar na linha de frente da batalha com convicção.