Entenda o caso de Baixo Iguaçu

A Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, prevista para ser construída no rio Iguaçu, o maior da região sudoeste do Paraná, faz parte da atual política de expansão do setor elétrico nacional. […]

A Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, prevista para ser construída no rio Iguaçu, o maior da região sudoeste do Paraná, faz parte da atual política de expansão do setor elétrico nacional. Oficialmente, sua construção atingirá 360 famílias – como consta no Plano Básico Ambiental (PBA) da usina. Mas, nas contas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), são cerca de 800 grupos familiares, mais de 3 mil pessoas. Esse é um fato recorrente nas barragens: o número de indenizados é sempre inferior à realidade.

 

O consórcio

O grupo responsável pela obra denominado Consórcio Geração Céu Azul, é formado pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) e, majoritariamente, pela corporação Neoenergia, do Fundo de Previdência do Banco do Brasil (Previ), do Banco do Brasil e da multinacional espanhola Iberdrola.

A multinacional Iberdrola é uma das cinco maiores companhias elétricas do mundo, com presença em 40 países, principalmente Reino Unido, Estados Unidos, Brasil e México. Em 2010, produziu 154.073 GWh de eletricidade em escala mundial, o que representa cerca de 30% da produção nacional de eletricidade no mesmo ano, de 509.200 GWh. A partir dos anos 90, a empresa intensificou a internacionalização dos seus negócios, principalmente na América Latina, onde comprou diversas estatais.

A usina do Baixo Iguaçu foi planejada para gerar até 350 MW de potência, o que poderia atender cerca de um milhão de consumidores. Contudo, 60% de da energia gerada nas suas três turbinas serão destinadas à Companhia Vale do Rio Doce.

Lucro das empresas

Segundo estimativa feita pelo MAB, nos últimos 5 anos, a NEOENERGIA e a COPEL, empresas que comandam o consórcio Geração Céu Azul, responsável pela construção da UHE Baixo Iguaçu, juntas, tiveram um lucro líquido aproximado de R$ 10 bilhões.

Nos últimos quatro anos (sem considerar o último trimestre de 2015) a COPEL já distribuiu mais de R$ 1,6 bilhão aos acionistas privados. Dinheiro que saiu do bolso do trabalhador, através dos aumentos nas contas de luz.

Os atingidos

 

*foto: Joka Madruga