Entenda o caso de Baixo Iguaçu
A Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, prevista para ser construída no rio Iguaçu, o maior da região sudoeste do Paraná, faz parte da atual política de expansão do setor elétrico nacional. […]
Publicado 18/05/2016
A Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, prevista para ser construída no rio Iguaçu, o maior da região sudoeste do Paraná, faz parte da atual política de expansão do setor elétrico nacional. Oficialmente, sua construção atingirá 360 famílias como consta no Plano Básico Ambiental (PBA) da usina. Mas, nas contas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), são cerca de 800 grupos familiares, mais de 3 mil pessoas. Esse é um fato recorrente nas barragens: o número de indenizados é sempre inferior à realidade.
O consórcio
O grupo responsável pela obra denominado Consórcio Geração Céu Azul, é formado pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) e, majoritariamente, pela corporação Neoenergia, do Fundo de Previdência do Banco do Brasil (Previ), do Banco do Brasil e da multinacional espanhola Iberdrola.
A multinacional Iberdrola é uma das cinco maiores companhias elétricas do mundo, com presença em 40 países, principalmente Reino Unido, Estados Unidos, Brasil e México. Em 2010, produziu 154.073 GWh de eletricidade em escala mundial, o que representa cerca de 30% da produção nacional de eletricidade no mesmo ano, de 509.200 GWh. A partir dos anos 90, a empresa intensificou a internacionalização dos seus negócios, principalmente na América Latina, onde comprou diversas estatais.
A usina do Baixo Iguaçu foi planejada para gerar até 350 MW de potência, o que poderia atender cerca de um milhão de consumidores. Contudo, 60% de da energia gerada nas suas três turbinas serão destinadas à Companhia Vale do Rio Doce.
Lucro das empresas
Segundo estimativa feita pelo MAB, nos últimos 5 anos, a NEOENERGIA e a COPEL, empresas que comandam o consórcio Geração Céu Azul, responsável pela construção da UHE Baixo Iguaçu, juntas, tiveram um lucro líquido aproximado de R$ 10 bilhões.
Nos últimos quatro anos (sem considerar o último trimestre de 2015) a COPEL já distribuiu mais de R$ 1,6 bilhão aos acionistas privados. Dinheiro que saiu do bolso do trabalhador, através dos aumentos nas contas de luz.
Os atingidos
*foto: Joka Madruga