Atingidos sofrem repressão da PM após ocupação da UHE Baixo Iguaçu

Na manhã desta sexta-feira, 13 de maio, 300 atingidos pela UHE Baixo Iguaçu ocuparam o canteiro de obras da usina. Nas últimas semanas o consórcio Geração Céu Azul formado pela […]

Na manhã desta sexta-feira, 13 de maio, 300 atingidos pela UHE Baixo Iguaçu ocuparam o canteiro de obras da usina.

Nas últimas semanas o consórcio Geração Céu Azul formado pela Neoenergia e COPEL, não compareceram a reuniões de negociação marcadas, além de terem cancelado a reunião que ocorreria na última terça-feira, dia 10.

Inconformados com o desrespeito e o descaso com que o consórcio vem conduzindo o processo de negociação, os atingidos decidiram em assembléia realizada nesta manhã, ocupar o canteiro de obras.

No início da tarde, 12 atingidos foram detidos pela policia militar do Paraná sob alegação de terem roubado um rádio amador de comunicação. Após policia verificar as imagens das câmeras de segurança da obra os atingidos foram liberados por não haver qualquer prova que fundamentava a detenção dos mesmos.

O MAB entende que cabe ao governo do estado o papel de garantir os direitos das famílias e repudia a pratica truculenta e precipitada com a qual a policia tratou e vem tratando os atingidos, agindo como policia prestadora de serviços das empresas Geração Céu Azul e (Neoenergia/Copel).

Pauta de reivindicações das famílias do Baixo Iguaçu:

 – Retomada imediata das negociações com as empresas: Geração Céu Azul e Neoenergia/COPEL, além do governo do Estado, com imediata e efetiva garantia dos direitos dos atingidos. Presença também do órgão licenciador, IAP e responsabilização por eventuais falhas e/ou negligencias na fiscalização das condicionantes. Além disso, exigimos a presença do Ministério Público, da Assembléia Legislativa (ALEP), da Defensoria Pública do PR, da comissão de DH da ALEP e da OAB em todas as negociações.

– Audiência com governador do estado do Paraná Carlos Alberto Richa.

1) Áreas de terras para reassentamento para as famílias atingidas (conforme já discutido que sejam indicadas, imediatamente, bem como a garantia de enquadramento das famílias para além do valor das cartas de crédito);

2) Reajuste imediato dos preço das terras para indenização (conforme estudo oficial apresentado pela SEAB a defasagem dos valores apresentados pelo consórcio variam entre 23 e 30%);

3) Plano de Desenvolvimento (conforme reuniões e encaminhamentos que o estado do PR juntamente com o BNDES disponibilizem recursos para projeto de desenvolvimento regional, nas áreas de produção, industrialização, comercialização e assistência técnica, coordenado pelo MAB e Fórum das Entidades do Sudoeste);

4) Plano Urbanístico Marmelândia (conforme acordado em reuniões anteriores, que até o momento não tem nenhuma proposta concreta);

5) Não utilização da violência policial e do aparado do estado contra a manifestação, que é pacífica e legítima, haja visto o descaso e o desrespeito do consórcio em relação a garantia dos direitos das famílias atingidas.

A ocupação do canteiro de obras continua até que uma efetiva e concreta resposta a pauta de reivindicações seja apresentada.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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