Idalina Meira, presente!
Figura histórica da resistência das populações atingidas na Bahia, ‘Dala’ nos deixa neste 14 de março, mas seguirá eternamente em nossa memória e em nossa luta
Publicado 14/03/2025 - Atualizado 19/03/2025

“Traga a bandeira de luta , deixa a bandeira passar, essa é nossa conduta vamos unir para mudar…”
Com imensa dor e tristeza recebemos a notícia do falecimento de Idalina Meira, nossa querida Dala, companheira histórica do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) na região Oeste da Bahia.
Mulher, forte, aguerrida, dedicou grande parte da sua vida à defesa e organização das populações ribeirinhas. Dala era uma militante sem igual, além de se fazer presente nas reuniões e formações, ajudava na animação dos atos, conduzindo o povo com sua voz firme.
Como se não bastasse, abriu as portas de sua casa a toda militância que necessitasse. Sua casa não era só sua casa, era espaço de descanso e acolhimento para quem defendesse o povo, quem defendesse o rio, quem defendesse as águas, quem defendesse a vida!
Por muitos anos, o seu lar foi ponto de apoio, espaço de reuniões, secretaria e alojamento do MAB. Dala nos acolheu quando éramos sementes, contribuindo para que criássemos raízes no oeste baiano.



Nos despedimos com muita gratidão por tudo que fez, pelo exemplo de mulher forte, lutadora que sempre foi, vá em paz na certeza que sua vida não foi em vão. Dala está presente em cada atingido e atingida por barragem que segue e seguirá firme na defesa das águas e do povo.
Toda solidariedade à família e entes queridos de Idalina Meira.
Talvez por providência divina, fez sua passagem num dia especial para nós, população atingida, dia 14 de março, Dia Internacional de Luta em Defesa dos Rios, Contra as Barragens, pela Água e pela Vida, marco da luta dos atingidos e atingidas por barragens.
Hoje é dia de luta! E Dala seguirá viva em nossos corações e nas trincheiras com o povo, seu lugar preferido!
Sua vida e exemplo seguirá nos inspirando!
Águas para a vida, não para a morte!
Idalina Meira, presente! Presente! Presente!
Uma história que não se acaba!
No curta-metragem “Nas Corredeiras do Movimento”, Amanda Alves ao entrevistar Idalina, apresenta um retrato poético da história de resistência dos ribeirinhos e ribeirinhas do Rio Formoso, no Oeste da Bahia.
“Quando chega pra nós as empresas – que nós considera sempre empresas de destruição –, a gente sabe que traz morte. Quando alguém acha que é desenvolvimento, pra nós é sinal de morte, porque tira nossa vida, tira nossa liberdade”, declarou Idalina durante as entrevistas.
