Mulheres atingidas lançam Jornada de Lutas de março e anunciam Encontro Nacional em Brasília (DF)
Em plenária Virtual Nacional, atingidas debateram pautas da Jornada de Lutas que acontece em março, na capital federal, com protagonismo das mulheres
Publicado 03/02/2025 - Atualizado 03/02/2025

Mais de 130 mulheres de 18 estados brasileiros se reuniram em uma plenária virtual, na última quinta-feira (30), para se prepararem para o Encontro Nacional das Mulheres Atingidas, que vai integrar a Jornada de Lutas de Março, realizada todos os anos pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em todo o país.
A Jornada de Lutas começa no dia 8 – Dia Internacional de Luta das Mulheres, inclui o dia 14 – Dia Internacional de Luta contra as Barragens, pelos Rios, pelas Águas e pela Vida – e culmina nos dias 24 a 28 de março, período do encontro nacional, que será sediado em Brasília – DF.
O dia 8 de março é simbólico para as mulheres trabalhadoras de todo o mundo. Historicamente, o MAB se envolve em atividades relacionadas à data junto às organizações da classe trabalhadora em diferentes capitais e cidades do interior do país, para mostrar a força do movimento feminista e exigir igualdade de direitos e o fim da violência contra a mulher.

Durante a Plenária, Elisa Mergulhão, integrante da coordenação do MAB, analisou o atual contexto político nacional e internacional, que exige especial engajamento das mulheres para exigir direitos. Nesse sentido, ela falou sobre os desafios impostos pelas mudanças climáticas, que têm afetado a população mais pobre em todo o mundo, destacou os impactos da reeleição de Trump nesse cenário e em outros temas relacionados aos direitos humanos. Elisa também fez uma análise da situação econômica do Brasil, que sofre com a inflação causada por um modelo econômico dependente do mercado externo e pelos efeitos da privatização de diversos setores, como o setor da energia.
Por isso, as mulheres vão à Brasília reivindicar os direitos da população atingida, afirma, Dalila Calisto, também integrante da coordenação do MAB. “Vamos à Brasília porque somos as principais vítimas do modelo energético brasileiro e da crise climática”, afirma. Segundo a integrante do Movimento, as mulheres formam a maioria na base e nas fileiras do MAB.
Na pauta de luta das mulheres atingidas está a regulamentação e aplicação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas (PNAB), planos de segurança para os atingidos por barragens, grandes projetos e pelas mudanças climáticas, acesso a políticas públicas nos territórios atingidos, entre outros pontos.
“Nos encontraremos presencialmente para fortalecer a nossa luta e para pressionar o poder público em relação às nossas pautas! Queremos que o Governo Lula regulamente a PNAB, crie o Fundo dos Atingidos e Atingidas (para financiar a reparação dos crimes ambientais no país) e atenda as nossas reinvindicações históricas”, complementa Dalila.
