Mulheres atingidas lançam Jornada de Lutas de março e anunciam Encontro Nacional em Brasília (DF)

Em plenária Virtual Nacional, atingidas debateram pautas da Jornada de Lutas que acontece em março, na capital federal, com protagonismo das mulheres

Mais de 130 mulheres de 18 estados brasileiros se reuniram em uma plenária virtual, na última quinta-feira (30), para se prepararem para o Encontro Nacional das Mulheres Atingidas, que vai integrar a Jornada de Lutas de Março, realizada todos os anos pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em todo o país.

A Jornada de Lutas começa no dia 8 – Dia Internacional de Luta das Mulheres, inclui o dia 14 – Dia Internacional de Luta contra as Barragens, pelos Rios, pelas Águas e pela Vida – e culmina nos dias 24 a 28 de março, período do encontro nacional, que será sediado em Brasília – DF.

O dia 8 de março é simbólico para as mulheres trabalhadoras de todo o mundo. Historicamente, o MAB se envolve em atividades relacionadas à data junto às organizações da classe trabalhadora em diferentes capitais e cidades do interior do país, para mostrar a força do movimento feminista e exigir igualdade de direitos e o fim da violência contra a mulher. 

Foto: arquivo MAB

Durante a Plenária, Elisa Mergulhão, integrante da coordenação do MAB, analisou o atual contexto político nacional e internacional, que exige especial engajamento das mulheres para exigir direitos. Nesse sentido, ela falou sobre os desafios impostos pelas mudanças climáticas, que têm afetado a população mais pobre em todo o mundo, destacou os impactos da reeleição de Trump nesse cenário e em outros temas relacionados aos direitos humanos. Elisa também fez uma análise da situação econômica do Brasil, que sofre com a inflação causada por um modelo econômico dependente do mercado externo e pelos efeitos da privatização de diversos setores, como o setor da energia.

Por isso, as mulheres vão à Brasília reivindicar os direitos da população atingida, afirma, Dalila Calisto, também integrante da coordenação do MAB. “Vamos à Brasília porque somos as principais vítimas do modelo energético brasileiro e da crise climática”, afirma. Segundo a integrante do Movimento, as mulheres formam a maioria na base e nas fileiras do MAB.

Na pauta de luta das mulheres atingidas está a regulamentação e aplicação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas (PNAB), planos de segurança para os atingidos por barragens, grandes projetos e pelas mudanças climáticas, acesso a políticas públicas nos territórios atingidos, entre outros pontos.

“Nos encontraremos presencialmente para fortalecer a nossa luta e para pressionar o poder público em relação às nossas pautas! Queremos que o Governo Lula regulamente a PNAB, crie o Fundo dos Atingidos e Atingidas (para financiar a reparação dos crimes ambientais no país) e atenda as nossas reinvindicações históricas”, complementa Dalila.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro

| Publicado 05/08/2024 por Amélia Gomes / MAB

II Encontro de Mulheres Atingidas pelo crime da Vale em Brumadinho (MG) acontece em setembro em BH

Atividade contará com a presença de 150 atingidas para debater políticas públicas e reparação integral

| Publicado 26/06/2024 por Joyce de Fátima Pereira da Silva

Atingidas do Vale do Jequitinhonha (MG) participarão de formação sobre direitos humanos e desafios no território

Ao todo 16 municípios serão contemplados com a formação que contará com uma exposição artística no final

| Publicado 20/03/2024 por Roberto Brandão | MAB

Justiça por Dilma Ferreira: mais um dos acusados da chacina de Baião (PA) foi condenado pela justiça

Integrante da coordenação nacional do MAB, Dilma Ferreira foi assassinada em uma chacina no Pará, há quatro anos, por conta da sua luta em defesa da Amazônia