Nota | Toda solidariedade do MAB à Cooperativa Nossa terra e à Feira do DAER

A Cooperativa funciona há mais de 25 anos em um espaço cedido pelo Estado do Rio Grande do Sul

Feira da Agricultura Familiar em Erechim (RS) Foto: Kariane Gaiardo

Nós, atingidos por barragens, viemos por meio desta nota, manifestar nossa solidariedade à Cooperativa Nossa Terra, e demostrar indignação perante à ordem judicial de desocupação de um espaço legalmente cedido há mais de 25 anos pelo Estado do Rio Grande do Sul, para o funcionamento da Cooperativa e da Feira do DAER.

O MAB sempre esteve junto, acompanhando o trabalho da Cooperativa, e atesta sua seriedade com os associados e a população em geral. Sua construção coletiva iniciou-se com a Feira e depois com a criação da Cooperativa, que foi fundamental para lutar contra o êxodo rural na região do Alto Uruguai, propor novas formas de comercialização direta dos produtos da agricultura familiar e proporcionar ao público urbano produtos orgânicos e agroecológicos de alta qualidade.

A Cooperativa e a Feira construíram um trabalho sólido e essencial para a valorização da agricultura familiar e da economia solidária no Alto Uruguai, e sempre promoveram espaços de interligação e diálogo permanente com a sociedade Erechinense.

Mesmo com tudo isso, vemos que os poderes públicos, tanto estadual quanto municipal, não fizeram nenhum esforço para que a Cooperativa permanecesse no local estabelecido há tanto tempo. E, apesar de todas as iniciativas já realizadas por meio de ações judiciais e diálogos institucionais, não foi possível reverter essa decisão até o momento.

Frente a isso, nós do Movimento dos Atingidos por Barragens, entendemos que o que está acontecendo com a Cooperativa Nossa Terra é um GOLPE contra as organizações que lutam por uma nova forma de organização social. E perguntamos: A quem interessa o fim da Feira neste espaço?

Por fim, o MAB vem a público repudiar a ordem judicial de desocupação, sem mesmo que o Estado oferte a possibilidade de aquisição ou cedência do espaço à Cooperativa e a manutenção da Feira.

Nos solidarizamos com a Cooperativa e com os feirantes e consumidores, pela forma na qual o poder judiciário, poder executivo e privado vem atuando. E solicitamos à sociedade em geral que se some a esta grande causa, que é a permanência da Feira e da Cooperativa, as quais cumprem um papel importantíssimo de organização e produção de alimentos.

Sigamos em luta!

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