NOTA | MAB manifesta repúdio à perseguição política contra os atingidos pela Braskem em Maceió (AL)

Nossa total solidariedade ao companheiro Cássio Araújo, vítima de um incêndio criminoso em área atingida pela Braskem

Mensagens por justiça ocupam as paredes das casas dos cinco bairros atingidos pela Braskem. Foto: Gabrielle Sodré / MAB

Cássio Araújo, coordenador geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), foi vítima de um incêndio criminoso ocorrido na madrugada de terça-feira (08), em sua residência no bairro do Pinheiro, em Maceió (AL). Ele, assim como mais de 60 mil pessoas, foram obrigadas a saírem de suas moradias devido ao colapso das minas de sal-gema da Braskem. 

Recentemente, a empresa tem intensificado a demolição das casas nos bairros atingidos, entre elas estava a casa do coordenador que impediu a derrubada de sua residência, já que não havia autorizado tal ação. 

Dias depois, ocorreu o incêndio que destruiu parte do imóvel, 20 mil livros e um dano imaterial irreparável. Há denúncias de que uma pessoa entrou na propriedade e com álcool iniciou as chamas. Esse foi o quinto ataque à casa desde novembro, em um ciclo repetido de intimidações e violências.

Em maio deste ano a Braskem foi declarada criminosa pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que reuniu informações para indiciar oito pessoas ligadas à empresa, entre diretores, gerentes, engenheiros e técnicos. O relatório ainda aponta a necessidade de revisão, por parte da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público, dos acordos de compensação financeira, socioambiental e de reparação de danos firmado com a prefeitura de Maceió, na gestão do prefeito JHC (PL), processo que beneficiou especialmente a Braskem em detrimento dos atingidos.

O ocorrido reforça a denúncia do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de que a impunidade dos crimes de Mariana e Brumadinho geram reincidência das empresas mineradoras para seguir violando os direitos humanos, destruindo o meio ambiente e colocando o lucro acima da vida. 

O Movimento repudia qualquer tentativa de intimidação e perseguição aos atingidos pela Braskem em Maceió e exige uma investigação célere e rigorosa por parte das autoridades competentes para identificar os possíveis responsáveis por este atentado.

Nos solidarizamos com o companheiro Cássio Araújo e com todos atingidos e atingidas pelo crime da Braskem e reafirmamos a urgência de uma reparação justa e integral a todas as famílias.

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