Nota | MAB manifesta solidariedade ao povo Pataxó Hã-hã-hãe

Assassinada por ruralistas em sua comunidade, Nega Pataxó deixa um legado de luta e resistência dos povos indígenas

Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Muniz Pataxó, do povo indígena Pataxó-ha-ha-hãe. Foto: Reprodução

Com indignação, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) manifesta solidariedade ao povo Pataxó Hã-hã-hãe, da Bahia, que foi brutalmente violentado no último domingo (21), e, também, a todos os povos originários do Brasil que compartilham dessa dor.

As comunidades indígenas do território do Caramuru, no município de Potiraguá, extremo sul da Bahia, foram surpreendidas com ataques de ruralistas no último final de semana. Na ocasião, Luiza Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, majé da comunidade, foi assassinada a tiros. O cacique Nailton Muniz Pataxó também foi baleado, uma mulher indígena teve um braço quebrado e outras pessoas foram hospitalizadas sem risco de morte.


O conflito ocorreu devido à disputa de terras no território, questão enfrentada historicamente pelas populações indígenas, que têm o direito à vida violado ou ameaçado permanentemente nas suas terras. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), o grupo denominado “Movimento Invasão Zero” é tido como principal suspeito de ter mobilizado o ataque. 

O MAB reafirma seu compromisso com a luta permanente pelo direito à vida e o fortalecimento das comunidades e povos tradicionais. Lamentamos a perda da companheira e a crescente violência contra os povos originários em nosso país. Aos familiares, companheiros e companheiras de luta das vítimas, deixamos um abraço e nos colocamos à disposição para esse enfrentamento constante.

Entendemos que o Marco Temporal, aprovado pelo Senado em setembro do ano passado, fortalece ataques como esses. É urgente que o Estado aja firmemente contra esse tipo de crime, avançando na regularização de terras das populações indígenas, bem como no fortalecimento de políticas públicas para as comunidades. 

Nega Pataxó, presente!

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