NOTA | MAB manifesta repúdio à perseguição política contra o Padre Lancellotti
É absurda a intenção da Câmara Municipal de São Paulo de abrir uma CPI para investigar o Padre Júlio Lancelotti
Publicado 04/01/2024 - Atualizado 06/01/2024
Alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a ser instalada na Câmara Municipal de São Paulo, padre Júlio Lancellotti, 75 anos, é, atualmente, coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo. Ao todo, ele já acumula mais de 40 anos militando e liderando um relevante trabalho assistencial, na capital paulista, junto aos mais pobres, em especial populações de rua, dependentes químicos e crianças com HIV.
Por conta desse trabalho, o sacerdote tem reconhecimentos oficiais e premiações em direitos humanos, concedidos por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Movimento Nacional de Direitos Humanos, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, a Câmara dos Deputados e Presidência da República, além de já ter sido incentivado pelo Papa Francisco, que o motivou a seguir seu trabalho mesmo diante de perseguições.
A partir de fevereiro, o líder deve ser um dos principais alvos da CPI proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) para investigar as organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia, na região central de São Paulo.
Para o Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, a medida é um “desrespeito” ao trabalho social e humanitário desenvolvido pelo padre e sua equipe e reflete o ódio da extrema Direita aos pobres. A tentativa de cercear o trabalho de Lancelotti está relacionada ao seu compromisso em ajudar pessoas desfavorecidas, porque ele age como um verdadeiro defensor dos direitos humanos, ao invés de aderir a uma política antidrogas falida.
Em nota, o padre Júlio Lancellotti disse que as CPIs são legítimas, mas informou que não pertence “a nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize convênio com o poder público municipal”. “A atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo que, por sua vez, não se encontra vinculada, de nenhuma forma, às atividades que constituem o requerimento aprovado para criação da CPI em questão.”
A Craco Resiste, por sua vez, informou que não é uma ONG. “Somos um projeto de militância para resistir contra a opressão junto com as pessoas desprotegidas socialmente da região da Cracolândia. Atuamos na frente da redução de danos, com os vínculos criados com as atividades culturais e de lazer. E denunciamos a política de truculência e insegurança promovida pela prefeitura e pelo governo do estado”, declarou.