NOTA | Famílias atingidas pelo rompimento do reservatório da CASAN, em SC, enfrentam desrespeito da companhia

No último dia 06 de setembro, cerca de 2 mil metros cúbicos de água vazaram da estrutura da Casan e atingiram os bairros Monte Cristo e Sapé, destruindo residências, veículos e comércios

Rastros de destruição deixados por rompimento de reservatório da Casan em Florianópolis (SC). Foto: Letícia Barbosa
Rastros de destruição deixados por rompimento de reservatório da Casan em Florianópolis (SC). Foto: Letícia Barbosa

Um mês após o rompimento de reservatório da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN, nos bairros de Monte Cristo e Sapé, em Florianópolis (SC), a Companhia tem adotado uma postura cada vez mais desrespeitosa com os moradores atingidos.

O rompimento aconteceu no último dia 06 de setembro, atingindo cerca de 700 pessoas. Embora, publicamente, pareça que a situação está sob controle, a CASAN segue violando direitos dos atingidos no processo de reparação.

Na última noite do dia 04, uma família com duas crianças, inquilina de uma das casas destruídas pelo rompimento, foi despejada do hotel onde estava abrigada, sem ter para onde ir, pois a companhia se negou a prorrogar o prazo do custeio da hospedagem. A família ainda não recebeu sua indenização, e ao tentar ir na sede da empresa negociar sua estadia, a companhia impediu sua entrada, com ordens expressas para aguardar do lado de fora da companhia, ao relento.

A CASAN não respondeu, também, à reivindicação das famílias atingidas enviada no último dia 21 de setembro, em relação aos veículos financiados, oferecendo um valor injusto como indenização. A situação atual deixa os moradores em flagrante prejuízo, já que aqueles que já investiram inúmeras parcelas em seus veículos saem com as mãos vazias.

A empresa não fornece nem esclarece os critérios para indenizar as pessoas, tampouco apresenta os critérios para a reparação às famílias afetadas e não disponibiliza cópias dos laudos e documentos aos moradores.

Mesmo com visível constrangimento, os trabalhadores da CASAN lamentam a aplicação de medidas que deixam os moradores indignados. Um casal de idosos que perdeu seus óculos, por exemplo, solicitou, através da defensoria pública, o adiantamento do valor referente aos itens, mas a CASAN se nega a responder, mesmo diante da urgência do caso.

As listas dos moradores a serem atendidos são frequentemente enviadas em cima da hora, forçando as pessoas a faltarem ao trabalho, muitas vezes, para receber a mesma proposta que já havia sido rejeitada em atendimentos anteriores.

Diante de todas essas questões, os moradores atingidos solicitaram uma reunião com o diretor responsável pelo canal oficial de comunicação com a comunidade atingida, porém, até o momento, não receberam resposta. Esta situação é inaceitável e requer uma ação imediata por parte da CASAN para remediar os danos causados e restaurar a confiança da comunidade atingida.


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