NOTA | POCAE manifesta solidariedade ao povo do Níger

Após a derrubada do então presidente Mohamed Bazoum no último mês de julho, a população do Níger saiu às ruas para seguir lutando contra o neocolonialismo francês e exigiu a saída imediata das tropas imperialistas do país

Manifestantes do Níger foram às ruas contra intervenções imperialistas na capital Niamey e em Doss. Foto: © AFP

O conjunto das organizações populares e sindicais do Brasil que integram a Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia (POCAE) manifestam sua solidariedade ao povo do Níger que luta em defesa de sua soberania nacional e repudia todas as intervenções imperialistas no país.

Há anos, o Níger e vários países do continente africano vêm enfrentando os efeitos de intervenções lideradas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN. As agressões vêm sempre justificadas por um suposto objetivo de garantir a paz e a democracia, no entanto, esta é uma grande farsa histórica, que apenas serve para atender os objetivos econômicos estratégicos dos países imperialistas, como o apoderamento de recursos naturais estratégicos.

Reagindo legitimamente às intervenções externas, ocorreu, no último dia 26 de julho, a derrubada do então presidente Mohamed Bazoum com apoio do povo do Níger. Situação que também se repetiu em outros países da região, como Guiné, Mali e Burkina Faso, que, também são ex-colônias francesas. Em todos esses casos, a população manifestou sua indignação contra as condições que são o resultado direto do domínio contínuo do neocolonialismo francês e da presença militar da França na região.

O novo governo, apoiado pelo povo do Níger, anunciou fim da permissão para que a França explorasse as reservas minerais de urânio do país e revogaram toda cooperação militar com a França.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental – CEDEAO apoiada pela França, União Europeia e Estados Unidos anunciou uma intervenção militar no Níger e impôs sanções econômicas que levaram ao fechamento das fronteiras aéreas e terrestres, impedindo o comércio e o acesso a bens de necessidade básica da população. Essas sanções estão piorando as condições de vida da população, que já têm de lidar com a pobreza extrema e a desigualdade.

O uso de organizações como a CEDEAO e a OTAN para defender os interesses das potências imperialistas e apoiar governos que são amplamente rejeitados pelo povo vai contra todos os princípios de democracia, paz, prosperidade e autodeterminação dos povos. O povo do Níger tem o direito de buscar a paz e o seu desenvolvimento econômico para satisfazer suas necessidades materiais e sociais, com soberania, distribuição das riquezas e participação popular. As sanções e a intervenção militar apenas sabotarão a chance de desenvolvimento justo e levarão o país a mais perdas de vidas humanas.

Diante dos fatos, as organizações da Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia se une ao povo do Níger em suas reivindicações:

  1. O fim de todas as tentativas de intervenção militar por parte da CEDEAO, da OTAN ou da França;
  2. O fim de todas as sanções contra o Níger;
  3. A remoção imediata das bases militares estrangeiras do Níger e de outros países africanos.

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