Atingidos por Acauã tem conquistas históricas na Paraíba

Em construção avançada, projeto Agrovila Águas de Acauã, reparação histórica aos atingidos de Acauã é discutida com o governo e instituições em jornada de lutas do Movimento

Em reunião com governo da Paraíba andamento da construção da Agrovila foi discutida com atingidos. Foto: Francisco França

Na última quinta-feira (23), em João Pessoa, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), foi recebido pelo governador João Azevêdo (PSB-PB), o tema da reunião foi o andamento do Projeto Agrovila Águas de Acauã, considerado uma reparação histórica a famílias que foram impactadas pela Barragem de Acauã.

A reunião contou com a presença do vice-governador Lucas Ribeiro e de vários auxiliares da Gestão estadual, como a secretária de Estado do Desenvolvimento Humano, Pollyanna Dutra, do secretário da Infraestrutura e Recursos Hídricos, Deusdete Queiroga e da presidente da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap), Emília Correa Lima. O procurador da República na Paraíba, José Godoy, também participou do encontro, entre outras autoridades.

Atingidos e atingidas entregam produção de agrovila para o governador. Foto: Francisco França

Na ocasião, o governador João Azevêdo destacou a importância do projeto como reparação histórica de direitos que foram violados. “Reuniões como esta são fundamentais para que o projeto atenda, verdadeiramente, ao que se propôs, que é a inclusão de famílias que foram atingidas pela construção da barragem”, destacou.

Leia também: TEM INÍCIO A CONSTRUÇÃO DO REASSENTAMENTO AGROVILA ÁGUAS DE ACAUÃ

Osvaldo Bernardo, da coordenação do MAB no estado, destacou a abertura e dialogo com o governo, “durante o primeiro mandato de João Azevêdo, a gente conseguiu se reunir com ele cinco vezes. E, aos três meses do segundo mandato, a gente é mais uma vez recebido. É um diálogo muito democrático, coisa que durante 20 anos, mesmo com a organização do movimento, muita pressão, a gente não conseguia”, destacou.

O coordenador ressaltou a importância das instituições de justiça na conquista, em especial o MPF no estado, “agradecemos também a grande parceria do Ministério Público Federal na pessoa do procurador da República José Godoy, por ter sempre feito essa intermediação com muita sabedoria e habilidade” finalizou Osvaldo.

Projeto incluí além dos lotes, áreas destinadas para escola, campo de futebol, praças, áreas produtivas, entre outras. Imagem: Governo da Paraíba

Mais sobre a agrovila

A área desapropriada pelo governo estadual para construção da agrovila, localizada na Fazenda Tanque do Milho, no município de Itatuba, Agreste paraibano, possui 328 hectares e tem valor estimado em R$ 3 milhões. Cada moradia terá dois quartos, sala de estar e jantar, banheiro, cozinha e área de serviço. Cada lote terá 1,5 hectare. O sistema de abastecimento será composto por uma estação de tratamento de água compacta, adutora de água bruta, adutora de água tratada, rede de distribuição, reservatório elevado e uma captação tipo flutuante na barragem de Acauã. O investimento total, com recursos estaduais, será de R$ 10,5 milhões.

Cheia da barragem e violações

A construção da barragem Acauã desalojou cerca de mil famílias (aproximadamente cinco mil pessoas) das comunidades Pedro Velho, Riachão, Cajá, Costa e Melancia. O início da construção da barragem, obra do governo do Estado em parceria com o governo federal, remonta aos anos 1980. Sua fase final somente ocorreu por volta de 1999, sendo efetivamente concluída em agosto de 2002. Devido a fortes chuvas, após dois anos de construída a barragem encheu em seu nível máximo, causando danos para os moradores que ainda se encontravam dentro da área a ser alagada e provocando o deslocamento, às pressas, das famílias que viviam às margens do Rio Paraíba. Estudos realizados indicavam que demoraria, pelo menos, cinco anos para a cheia ocorrer.

*Com informações MPF – PB.

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