Sete capitais brasileiras realizaram eventos culturais com o intuito de chamar a atenção para necessidade de preservação da Amazônia
Publicado 05/09/2022 - Atualizado 05/09/2022
No último dia 3, o Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB marcou presença no “Baile na Terra”, evento que celebrou o Dia da Amazônia no espaço Tendal da Lapa, em São Paulo, com uma exposição das arpilleras bordadas pelas mulheres do movimento.
Ao todo, foram expostas 10 obras de mulheres atingidas da Amazônia, que retratam a realidade vivida por elas no território e denunciam violações de direitos como o feminicídio no Brasil, o descaso com a saúde pública durante a pandemia, o assassinato da militante de Rondônia, Nilce de Souza, e o avanço devastador do agronegócio sobre as paisagens e comunidades tradicionais do Tapajós, entre outros temas. Além de conhecer os trabalhos, o público foi convidado a escrever mensagens para as mulheres atingidas do MAB.
O evento contou também com outras atividades culturais, como o show da paraense Gaby Amarantos, entre outros artistas, e uma feira gastronômica organizada pela Cozinha da Ocupação 9 de julho com pratos da gastronomia amazônica.
Cleidiane Vieira, integrante da coordenação nacional do MAB, afirma que esse tipo de espaço é bem importante pra ampliar a visibilidade da Luta do MAB e o trabalho com as Arpilleras para um público diverso. “Queremos ampliar o debate sobre a defesa da Amazônia e, por isso, é muito importante estarmos em São Paulo, dialogando com outros coletivos e apresentando essa expressão de arte que é ferramenta de luta e resistência”, ressaltou. Também houve exibição de um documentário sobre as arpilleras.
Durante o evento, integrantes da equipe do MAB conversaram com os visitantes da exposição para contar sobre o propósito e o processo criativo das arpilleras. Jonaya de Castro, diretora do Baile na Terra, relata que o interesse do público foi grande e destacou a importância da mostra no evento. “São obras de arte contemporânea, de mestras mulheres que registram nos tecidos, sínteses das dores e das violações de direitos humanos que acontecem em seus territórios. Uma das peças que mais me chamou a atenção foi a do Dia do Fogo”, relatou.
A arpillera é uma técnica de bordado popularizada por mulheres chilenas durante ditadura Pinochet que tem sido utilizada pelas atingidas por barragens no Brasil como ferramenta de expressão e denúncia.