Eletrobras: ao completar 60 anos o coração do setor elétrico brasileiro pode parar de funcionar

A empresa é detentora de quase metade da capacidade de geração hidrelétrica do país

Há 60 anos, o maior projeto de desenvolvimento nacional foi implementado no Brasil. A Eletrobras pública nasceu para assegurar a todos os brasileiros e brasileiras o acesso à energia elétrica, demanda indispensável para a efetivação da dignidade da vida.

Ao completar seis décadas de existência, a maior estatal elétrica da América Latina, responsável pelo Programa Luz Para Todos que garantiu a melhora na qualidade de vida de mais de 15 milhões de famílias, está sofrendo o maior saqueio dos últimos tempos, apoiado pelo executivo, judiciário e parte do legislativo.

A Eletrobras, um patrimônio construído por milhares de homens e mulheres que entregaram suas vidas para que o povo pudesse iluminar as suas casas, que garante a tarifa de energia mais barata do país e é instrumento fundamental para o desenvolvimento econômico e social de todas as regiões desse imenso Brasil, caiu em mãos de uma gente que ainda carrega o açoite, violando os mais básicos direitos da população em situação de vulnerabilidade.

A privatização da Eletrobras vai provocar um dos maiores aumentos da história na conta de luz dos brasileiros, impossibilitando que grande parte da população, ante a realidade social de desemprego, crise econômica e fome, tenha condições financeiras para assegurar o acesso ao serviço de energia. O atual governo, ao defender e viabilizar a destruição de um instrumento essencial para levar luz a todos os brasileiros e as brasileiras, vai promover a formação de um enorme grupo de excluídos energeticamente, ou seja, as pessoas terão alcance a estrutura, mas não conseguirão pagar pela conta de luz.

Nesse sentido, a Eletrobras enquanto empresa estatal é essencial para o cumprimento constitucional de assegurar direitos básicos aos brasileiros e brasileiras.

A medida proposta em meio à pandemia, momento em que o Brasil chorava seus mortos, a medida avançou sem discussão com a sociedade, com votação duvidosa na Câmara e virada de votos no Senado, além de provocar um tarifaço no setor elétrico, também coloca em risco a nossa segurança energética, a nossa soberania nacional e, com as determinações da Lei 14.182, de 2021, que estabelece a contratação, pela União, de usinas termelétricas a gás natural, vai impulsionar a geração de poluentes, envenenando ainda mais a atmosfera, com agravo irreversível no cenário das mudanças climáticas.

Os impactos da privatização da Eletrobras são imensuráveis, e serão necessários mais de 60 anos para reverter todos os prejuízos. Desta forma, a defesa da Eletrobras pública é urgente, essa é uma luta de todos os brasileiros, de todos os setores, dos movimentos populares e sindical. Permitir que 60 anos de história sejam apagados ao fim de um governo entreguista, corrupto e genocida e permitir o apagar do nosso futuro, cometendo inclusive crime de responsabilidade fiscal com o recurso que pretende arrecadar com a privatização.

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