Movimentos e organizações do estado defendem agenda de proteção dos territórios e pautas de lutas para o X FOSPA
Publicado 24/05/2022 - Atualizado 24/05/2022
Durante o Pré-FOSPA Rondônia, ocorrido no último dia 19, foram levantadas pautas de defesa aos territórios indígenas, que sofrem com a ameaça da não demarcação, provocada pelo pacote da destruição, que o atual governo tenta aprovar e que coloca em risco a vida dos povos originários. A violência que a pandemia trouxe para dentro das terras indígenas também foi abordada pelos participantes, que dialogaram sobre a realidade de Rondônia e os temas que norteiam as Casas de Saberes e Sentires no X Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA).
A abertura do encontro foi embalada pelo carimbó que convida os povos para virem a Belém juntar iniciativas e a luta continuar. “Foi um momento muito rico, pois iniciamos o nosso encontro com o canto oficial do X FOSPA, convidando todas e todos para Belém, para fazer o que será e socializamos nossas expectativas e desafios em cada tema. Trouxemos também a reflexão em torno dos bens comuns da natureza, utilizando fantoches para promover os diálogos, anunciar a vida e denunciar as mazelas que rondam a nossa casa comum”, explicou Iremar Ferreira, do Comitê binacional Brasil e Bolívia e membro do Instituto Madeira Vivo (IMV).
As vozes das mulheres também ecoaram em defesa dos seus corpos e da resistência diante do alto índice de feminicídio, causado pela política de morte que o (des) governo atual rege. “A perspectiva é de que o X FOSPA promova um conjunto de alianças para fortalecer a luta para além do Brasil, frente ao fascismo e toda forma de autoritarismo e machismo”, destaca Iremar.
A socialização de metodologia para a chegada dos movimentos a Belém, fazendo a identificação das lideranças que estarão presentes no X FOSPA, de 28 a 31 de julho também foi articulada durante o encontro que aconteceu de forma híbrida.
A roda de troca de saberes e sentires contou com a presença das lideranças Eva Kanoé, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Maria Petronila, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Francisco Kelvim, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Emanuel Meireles, do Coletivo Popular pelo Direito à Cidade, Yana Mura, do Coletivo Indígena Mura de Porto Velho, a Doutora Jandira, advogada do Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN), Maria Andrade da Articulação de Mulheres do Partido dos Trabalhadores e Valdirene Oliveira, do Instituto Madeira Vivo (IMV) e ouvidora externa da Defensoria Pública de Rondônia, que ficou responsável pela mediação do evento.
As vozes dos movimentos, grupos sociais, jovens e crianças constroem o esperançar das amazônias e tecem de forma conjunta o futuro do bem viver.