Ato mobilizou cerca de 250 atingidos de regiões do rio Tocantins; pauta foi recebida pela ALEPA e MPPA
Publicado 16/03/2022
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou um ato político nesta última terça-feira (15) em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA). A ação contou com cerca de 250 atingidos dos municípios de Cametá, Baião, Mocajuba, Marabá, Canaã dos Carajás, São Geraldo do Araguaia, São Domingos do Araguaia, São João do Araguaia, Nova Ipixuna e Itupiranga e teve participação de diversas entidades, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará (Fetagri-PA), movimento Quilombola e movimento de pescadores.
Além das reivindicações em defesa dos atingidos e contra a hidrovia Araguaia-Tocantins, os manifestantes demandaram assistência do governo estadual para as famílias afetadas pelas enchentes provocadas pelas cheias do rio Tocantins, denunciaram os abusos cometidos pela empresa Equatorial Energia e todas as mazelas geradas pelos grandes projetos do capital na Amazônia.
O ato foi realizado um dia após a data em que se comemora o Dia Internacional de Luta contra as Barragens e o aniversário do MAB de 31 anos. Em todo o país, o MAB está em Jornada de Lutas. “Essa data é especial na memória da luta das populações atingidas, então, hoje estamos aqui, juntamente com os atingidos de vários municípios, para reivindicar as lutas dos que sofrem por conta dessa política energética que favorece o grande capital e tende a acirrar ainda mais a questão social, climática e ambiental”, afirmou Cristiano Medina, integrante do MAB na região Araguaia-Tocantins.
Apresentação da pauta a ALEPA e MPPA
Durante a manifestação, uma comissão foi recebida por parlamentares da ALEPA. Os manifestantes apresentaram a pauta, incluindo reparação imediata dos problemas gerados pelos alagamentos e uma denúncia contra a Equatorial Energia. Estiveram presentes na reunião o presidente da casa, deputado Chicão (MDB), o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Carlos Bordalo (PT), Marinor Brito (PSOL), Dirceu TenCaten (PT) e Dilvanda Faro (PT).
Logo em seguida, outra comissão se dirigiu ao Ministério Público Estadual (MPE), onde o órgão firmou um compromisso com os atingidos de construir um cronograma de trabalho que encaminhará as pautas reivindicatórias.
Segundo Jaqueline Damasceno, da coordenação estadual do MAB, o ato foi positivo. “O MAB continuará a sua jornada histórica de lutas em defesa da soberania popular, contra as privatizações e a exploração do povo através das tarifas.”, afirmou.