Durante o encontro, lideranças sindicais e de movimentos sociais defenderam a Eletrobras pública e denunciaram a retirada de direitos trabalhistas da categoria
Publicado 05/02/2022 - Atualizado 06/02/2022
Na sexta-feira, 04, às 10h, ocorreu a Plenária Nacional da Greve dos Eletricitários, quando foram discutidos os avanços do movimento desde o início da paralisação, no último 17 de janeiro. O foco da greve é barrar a privatização da Eletrobras e defender os direitos dos trabalhadores do setor diante de um movimento de retirada de diversos direitos da categoria. A paralisação foi iniciada pelos trabalhadores de Furnas, CEPEL e Eletrobras e, na sequência, foi seguida pelas demais empresas do grupo: CGT Eletrosul, Chesf e Eletronorte.
Através da campanha “Salve Energia”, os eletricitários têm denunciado que o governo está acelerando os processos e atropelando todas as instâncias de fiscalização e controle para entregar a Eletrobras o mais rápido possível ao mercado especulativo.
“Querem enxugar as empresas para vender barato o patrimônio do povo brasileiro, mas estamos lutando 24 horas por dia pra não permitir que isso aconteça”, afirmou Emanual Mendes, do Sintergia.
De acordo Fabiana Antezana, representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários, a adesão à grave tem sido muito expressiva e o movimento tem conseguido repercutir a luta na imprensa e no parlamento. “Isso é muito importante, porque a sociedade já entende quais são os efeitos da privatização para os consumidores, mas, nós, que somos trabalhadores, sofremos com um duplo efeito. Além do aumento da conta de luz nas nossas casas e em toda a cadeia produtiva brasileira, ainda estamos sofrendo com o processo de precarização e retirada de direitos e benefícios”, afirmou, a dirigente, referindo-se às alterações no plano de saúde dos funcionários da Eletrobras que foram determinadas no último mês de janeiro.
Representando o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Plataforma Operária e Camponesa da Água e da Energia (POCAE), Soniamara Maranhão reforçou a importância da greve nacional dos trabalhadores do sistema Eletrobras na conjuntura atual do Brasil. “É uma greve política que enfrenta de frente o interesse do capital internacional”, afirmou a coordenadora.
“A a greve já é uma vitória, porque ela enfrenta o governo Bolsonaro, que está aliado ao interesse do capital. Em 2021, foram entregues cerca de 65 bilhões de dólares em dividendos aos acionistas e rentistas do setor elétrico. Isso em meio às piores condições de vida do povo no Brasil. Precisamos interromper essa lógica de apropriação dos nossos bens naturais e vocês começam o ano com esse processo de intervir nessa conjuntura que está colocada”.
Em sua fala, Soniamara também destacou os efeitos da política liberal na vida dos trabalhadores de forma geral. “Nós precisamos urgentemente acumular forças para abaixar o preço do gás, do combustível, da comida. Não dá mais para aguentar as regras do capital internacional que estão colocadas”. Nós enquanto MAB e Plataforma, estamos assumindo juntos essa tarefa com vocês, de reorganizar e reconstruir o nosso projeto popular para o Brasil, onde a riqueza seja dividida entre os trabalhadores”.