MAB promove encontro entre atingidos de Congonhas (MG)
Moradores que vivem abaixo da Barragem da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), maior localizada em área urbana na América Latina, relatam o medo e o descaso da empresa diante de risco de rompimento
Publicado 21/01/2022 - Atualizado 21/01/2022
Quase uma centena de pessoas participaram de atividade realizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ontem, 20, na quadra da APAE, em Congonhas. O encontro faz parte da Semana de Mobilização e Luta das famílias atingidas por enchentes e barragens.
Durante o encontro, os atingidos denunciaram os três anos de impunidade do crime da Vale em Brumadinho e o impacto das “enchentes de minério”, que causam destruição, contaminação e doenças nas áreas exploradas pelas mineradoras nesse momento em que o estado vive várias inundações. Também foi discutida a falta de participação e transparência na aplicação de quase R$ 600 milhões de impostos gerados pela mineração e arrecadados pelo município no ano de 2021.
Os moradores do bairro Residencial, que fica abaixo da barragem Casa de Pedra (de propriedade da CSN), relataram o abandono por parte da empresa, da Câmara Municipal e da Prefeitura durante momentos de tensão nesse período de chuvas, por conta do risco de rompimento da estrutura. Os atingidos criticaram duramente autoridades que garantem que a barragem é segura, mas moram longe da área de risco. “Vamos trazer eles para morarem em nossas casas”, sugeriu uma das moradoras na reunião.
Os participantes ainda defenderam a indenização para todas as famílias da área de risco de Casa de Pedra e o aumento do auxilio proposto pela Prefeitura para os atingidos pelas enchentes. Segundo os moradores, os R$ 1.400 mensais por cinco meses seriam insuficientes para reparar os danos e transtornos causados pelos alagamentos.
Foi decidido durante o encontro que os atingidos irão participar de uma passeata no dia 25 de janeiro no centro da cidade (em protesto contra a impunidade no caso de Brumadinho) e de uma reunião na Câmara Municipal no dia da votação do “auxilio-enchente”. Também foi deliberada a realização de uma assembleia popular com presença de autoridades em data a ser marcada.
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