Atingidos relatam violação ambiental no Oeste do Paraná
Mobilizadas em ato, famílias atingidas denunciam poluição no Rio Andrada, que inviabiliza atividades agrícolas na região. Moradores também participaram de jornada de lutas contra os altos preços da energia elétrica
Publicado 19/11/2021 - Atualizado 19/11/2021
Ontem (18), atingidos por barragem do oeste do Paraná estiveram mobilizados no município de Capitão Leônidas Marques (PR) para denunciar aos órgãos públicos do estado a situação das famílias ribeirinhas do Rio Andrada, que sofrem com a degradação ambiental provocada pela suinocultura na região. O rio, que percorre os municípios paranaenses de Cascavel, Boa Vista da Aparecida, Santa Lúcia e Capitão Leônidas Marques encontra-se completamente poluído por dejetos da criação de suínos. Estima-se que 200 famílias ribeirinhas estejam sendo diretamente afetadas pelos problemas decorrentes da contaminação do rio, também conhecido popularmente como Baicuru.
Durante a manhã, os moradores, junto ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), fizeram panfletagem na BR 163 denunciando a situação de degradação ambiental. Segundo Nívea Diógenes, integrante da coordenação do MAB, os atingidos estão levando a denúncia para os órgãos competentes. “Tivemos uma reunião com o Ministério Público (do Estado do Paraná) para entregar um dossiê e ofício com as denúncias e reivindicações para que sejam tomadas as medidas necessárias para que as famílias voltem a ter uma vida normal”, afirmou. Em sua grande maioria, os ribeirinhos exercem atividades relacionadas à agricultura familiar e dependem da qualidade da água do rio para a garantir seu sustento.
Em entrevista concedida à Rádio Hawai, o prefeito de Santa Lúcia, Renato Tonidandel, afirmou ter ciência da situação. “Nós temos percebido, no leito do Rio Baicuru, a mortandade de peixes e a contaminação da água. Muitas famílias que moram ali trazem fotos e vídeos mostrando esse problema”.
A unidade de suinocultura, instalada desde 2016 no distrito de Juvinópolis (PR) é de responsabilidade da Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (COOPAVEL) e tem capacidade de produção de 30 mil porcos por mês.
A população relata que há dois anos observa com preocupação as mudanças na coloração e turbidez da água. Com a estiagem do último período, porém, houve o agravamento do mau cheiro, escurecimento da água e impossibilidade do consumo dos peixes do rio.
Jornada “O preço da luz é um roubo”
Ainda na tarde de quinta-feira (18), o MAB, junto às entidades e parceiros da região sudeste do Paraná, realizou em frente ao escritório da Companhia Paranaense de Energia – Copel, em Capitão de Leônidas Marques, ato em denúncia aos aumentos absurdos da tarifa de energia elétrica. “Nós temos a segunda tarifa mais cara do mundo, mesmo tendo a produção mais barata”, afirmou Nívea Diógenes, do MAB. “Constroem as hidrelétricas, expulsam o povo e nos fazem pagar caro na tarifa”, ressaltou o a dirigente. A ação fez parte da Jornada de Lutas “O Preço da Luz é um Roubo” que aconteceu no mesmo dia, em diversos estados de todo o país.