Nota | Casan precisa atender atingidos pelo rompimento em Florianópolis
Moradores da Lagoa da Conceição tiveram suas vidas ameaçadas, perdas materiais; empresa responsável pela barragem não quer atender Comissão de Atingidos
Publicado 03/02/2021
Desde o dia 25 de janeiro de 2021, quando o crime em Brumadinho (MG) completou dois anos, mais de 40 famílias residentes no bairro da Lagoa da Conceição, em Florianópolis (SC), enfrentam uma triste situação.
Os moradores da rua Servidão Manoel Luiz Duarte tiveram suas vidas ameaçadas, casas, veículos, quintais e pertences destruídos pela enchente provocada pelo rompimento da barragem da CASAN destinada ao tratamento de esgoto.
Desde então, os moradores estão dedicando seus esforços para prestar solidariedade aos atingidos mais necessitados, recolhendo doações e começando a reconstrução das suas vidas.
Contudo, o crime iniciado com o alagamento das casas infelizmente continua. A Casan lançou um edital de convocação impondo uma série de exigências e condicionantes para o cadastro dos atingidos, negando vários direitos dos moradores, e sobretudo, deixando de cumprir com os acordos construídos junto a Comissão dos Atingidos.
A Casan não compareceu em reuniões marcadas e se nega a dialogar com a Comissão dos Atingidos, violando o direito de participação das vítimas deste, que foi provavelmente o maior crime socioambiental do município de Florianópolis.
Nós do MAB, que já passamos por várias injustiças similares, nos solidarizamos às famílias atingidas e nos colocamos ao lado dos moradores da Servidão Manoel Luiz Duarte na luta pela reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem.
Sendo assim, queremos divulgar por meio desta nota a posição da Comissão dos Atingidos em solicitar uma reunião com a Casan para apresentar as pautas de reivindicação e modificar as questões injustas exigidas pela empresa.
Manifestamos nossa posição, de que é obrigação da Casan, como empresa pública, agir com o máximo de compromisso social e reparar integralmente as famílias atingidas. O primeiro passo para isto é receber os atingidos e ouvir suas pautas.