MAB lança Jornada de lutas para denunciar 5 anos de injustiça com atingidos pelo crime em Mariana (MG)
Do dia 5 de outubro ao dia 5 de novembro, atingidos seguem programação de lutas da jornada “Vale com a injustiça nas mãos: 5 anos sem reparação na bacia do Rio Doce”
Publicado 05/10/2020 - Atualizado 21/08/2024
Cinco anos após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), a morosidade da justiça em promover a reparação aos atingidos continua. Pior do que isso, ao invés de atuar na proteção das vítimas do crime de responsabilidade das empresas Vale, Samarco e BHP Billiton, a esfera judicial se alinha totalmente às vontades das mineradoras e ignora as possibilidades de promoção da justiça com a participação efetiva dos atingidos por barragem em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Para denunciar a atual situação de descaso judicial e a permanente “enrolação” da Fundação Renova, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organiza a Jornada de Lutas: “Vale com a injustiça nas mãos: 5 anos sem reparação na bacia do Rio Doce”. Pela primeira vez, em novo formato por conta da pandemia do coronavírus, o evento ocorre com ações virtuais e algumas presenciais (respeitando as medidas de proteção e distanciamento social). Serão lives, debates, ações virtuais, atos simbólicos para debater este importante tema dos Direitos Humanos no Brasil.
Os problemas causados a partir do crime, que tirou a vida de 20 pessoas e causou impactos profundos no meio ambiente da bacia do Rio Doce, são muitos: falta de emprego e renda; ausência de acesso a serviços de saúde, já que com a contaminação do rio, a população começou a apresentar vários novos problemas de saúde; e poucas opções de lazer a partir da destruição do rio.
Com a perspectiva de fornecer dados e informações seguras aos atingidos para que a luta possa avançar no sentido de uma reparação integral, é preciso que haja a contratação de Assessorias Técnicas, porém, aparentemente, este é outro ponto de conflito, já que a Justiça não toma providências para que os trabalhos possam ser realizados. Outro ponto que causa estranhamento no atual posicionamento da Justiça é a contratação de uma empresa norte-americana (AECOM), parceira da Vale, para realizar os trabalhos de perícia técnica, que deveriam ser imparciais.
PROGRAMAÇÃO: “Vale com a injustiça nas mãos: 5 anos sem reparação na bacia do Rio Doce”
5 de outubro:
10h Seminário com o ex-relator da ONU: atingidos por barragens e a violação de direitos humanos à saúde (virtual)
19h Live de lançamento da Jornada
8 de outubro:
18h30 I Encontro Online dos Atingidos e Atingidas do Rio Doce: justiça só com organização popular e luta por direitos (não aberto ao público externo)
30 de outubro:
Inauguração da Casa Solidária (presencial)
31 de outubro:
14h Ato Político Cultural das Mulheres Atingidas em Defesa da Vida (virtual)
3 de novembro:
(horário a definir) Ato Internacional: violação dos direitos dos atingidos por barragens no mundo (virtual)
5 de novembro:
Dia de luta – ações que marcam os 5 anos do crime (virtual e presencial)