Aniversário de 67 anos da Petrobras será marcado por luta contra privatização
Mobilização da CUT, centrais, movimentos sociais e parlamentares fecha semana de lutas por educação, saúde, emprego, alimentos e contas de luz e água com preços mais justo, pela Amazônia e contra privatizações
Publicado 01/10/2020 - Atualizado 01/10/2020
No próximo sábado (3), dia em que a Petrobras completa 67 anos, trabalhadores e trabalhadoras voltarão às ruas e às redes para lutar pelo serviço público e pelas estatais.
Os atos serão em defesa da soberania nacional, de um país para o povo, com serviço público de acessível e de qualidade, servidor público valorizado, prestando serviços de excelência e empresas públicas trabalhando pelo desenvolvimento econômico e social do Brasil, cobrando preços justos de gasolina, gás e energia.
As mobilizações têm como objetivo dialogar com a população sobre a importância da luta em defesa das empresas públicas de todos os setores – petróleo, bancos, transporte e porto públicos, correios, eletricidade e saneamento, que estão sob a ameaça de extinção ou de privatização total ou parcial, o que pode afetar a vida de milhares de brasileiros e brasileiras.
“O Brasil precisa das estatais como fonte de promoção do desenvolvimento do nosso país. Somente a Petrobras é responsável, hoje, por mais 70% dos investimentos que entram no Brasil. Não podemos permitir que o governo genocida e entreguista de Jair Bolsonaro privatize a Petrobras”, afirmou o presidente da CUT, Sérgio Nobre, se referindo ao projeto de Bolsonaro e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, de entregar as empresas públicas brasileiras ao mercado financeiro internacional, atendendo aos interesses de outros países, como os Estados Unidos.
Segundo ele, nenhuma nação do mundo conseguiu dar um padrão de vida digno de vida para o seu povo sem ter uma base industrial importante e a Petrobras é um dos instrumentos de desenvolvimento do país e “isso precisa ficar claro para o povo brasileiro”.
“Os momentos de crescimento em nosso país foram estimulados pelas estatais e pelos bancos públicos, porque se é público é para todos. Independentemente de ter recursos ou não. Vamos mostrar, através dessa campanha, como as estatais e os serviços públicos chegam à casa dos do cidadãos e cidadãs, para que possam valorizá-los”, afirma Sérgio Nobre.
O ato do dia 3 é fundamental para evitar que o país retroceda e não consiga se desenvolver de forma justa para todos e todas, complementa o Coordenador-Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar,
“Sem o controle do Estado nestas empresas, não há soberania nacional e ainda entregamos nas mãos do capital internacional áreas estratégicas para o desenvolvimento do país, prejudicando todo o povo brasileiro, principalmente os mais pobres. Não podemos compactuar com este governo e ainda temos apoio de 67% dos brasileiros, que são contrários a privatização das estatais”, explica.
O Coordenador Nacional do Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB), Gilberto Cervinski, disse que os atos serão explicativos para que toda população entenda que defender a soberania é defender a industrialização e empregos, educação e saúde para todos, a Amazônia e tarifas justas nas contas de água, luz e alimentação. Além disso, mostrar porque o movimento é contra as privatizações.
“A Petrobras, Eletrobrás, Correios, Banco do Brasil, BNDS, Casa da Moeda, Portos, o SUS, as universidades e outras empresas públicas e estatais estão em liquidação e serão transferidas para outra nação se não fizermos nada. Não podemos permitir este saque às riquezas do nosso povo. Só com empresas públicas fortes é que um país se desenvolve”.
“Privatizá-las significa aumento nas contas de água e luz, preços elevados na alimentação, a destruição da nossa natureza, escolas e universidades com mensalidades pagas. Além disso, excluir milhares de pessoas de ter uma vida mais digna e justa. Sem soberania, as consequências são graves para a população”, afirmou Cervinski.
Mentiras históricas
A data também será importante para explicar para os brasileiros e as brasileiras que, no governo Bolsonaro, a manipulação das informações e mentiras para confundir as pessoas ficou ainda mais grave e precisa ser combatida, diz o presidente da CUT, Sérgio Nobre.
“Ao longo de décadas, eles plantaram mentiras sobre os serviços públicos, os servidores e sobre as estatais, dizendo que nossas empresas eram ultrapassadas, que não tinham competitividade e que o retorno para a sociedade era pequeno. Mas precisamos e vamos reverter esse processo de mentiras, resgatar a verdade sobre a importância dos serviços e servidores públicos”, concluiu Sérgio.
No próximo sábado também encerra a semana de lutas pela soberania, que aconteceu em todo país entre os dias 28 de setembro e 3 de outubro, com lives, manifestações de rua e materiais de divulgação online.
Sobre os atos do dia 3
Mais de 50 entidades, entre elas a CUT, o Fórum das Centrais Sindicais, movimentos sindical e social, frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, artistas, cantores, parlamentares, que formam o Comitê de Luta em Defesa do Povo Brasileiro e que assinam o “Manifesto pela Soberania”, participarão dos atos presencial e virtual. Os organizadores estão mapeando locais e horários dos atos nos estados e cidades para serem divulgados em breve.
O que já tem definido é um abraço simbólico na sede da Petrobras no Rio de Janeiro, a partir das 10 horas. E na parte da tarde, a partir das 15 horas, um “ato Político Virtual pela Soberania Nacional – Em defesa do Povo Brasileiro” será transmitido pelas páginas e redes das entidades organizativas da mobilização e pela TVT.
Durante a live, que está prevista para ser híbrida, terá flashes dos atos que estarão acontecendo ao vivo.
“Há três anos, o aniversário da Petrobras é usado para ampliarmos o debate contra as privatizações e falarmos da importância das empresas públicas para o desenvolvimento do país e do povo brasileiro. Nossa expectativa é que esta data se torne permanente para podermos dialogar com a sociedade diariamente e explicar como tudo isso impacta a vida de cada um e cada uma”, afirmou o secretário de Comunicação da CUT Bahia, Edmilson Barbosa, que está no grupo que coordena os atos do dia 3.
As entidades que quiserem assinar o manifesto poderão fazer isso através de um QR Code que será divulgado na live. Uma página no Facebook foi criada pelo comitê para acompanhar as informações e conhecer a luta coletiva.