A contaminação foi identificada no município de rio Casca, mesmo nome do rio que banha o território. A polícia ambiental recolheu uma tonelada de peixes mortos e outros animais maiores, como capivaras.
Publicado 04/05/2020 - Atualizado 04/06/2020
O rio Casca, afluente do rio Doce, foi atingido na noite de quinta-feira (30) pelo rompimento de lagoa de dejeitos de uma granja de suínos. A provável fonte poluidora está localizada na zona rural do município de Urucânia, próximo ao município de Ponte Nova, em Minas Gerais. A lagoa recebe dejeitos sem tratamento e tem volume estimado de 12 mil m3. Além do rio foram atingidas casas de cinco famílias de uma comunidade próxima à lagoa, e um córrego com percurso de 1,2km.
A contaminação foi identificada no município de rio Casca, mesmo nome do rio que banha o território. A polícia ambiental recolheu uma tonelada de peixes mortos e outros animais maiores, como capivaras.
O rio Casca é essencial para o abastecimento de várias cidades e para o sustento das famílias que dependem da atividade da pesca, para a irrigação e cultivo de alimentos e para o lazer, como a população ribeirinha que se relaciona com o rio como sendo a principal fonte da vida.
Esse crime demonstra mais uma vez a contaminação da bacia do rio Doce e mais uma vez expõe o sofrimento das populações que vivem do rio. Quatro anos e meio se passaram desde o rompimento da barragem de Fundão em Mariana, das mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton e o Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB insiste na luta e no reconhecimento dos direitos de quem vive do rio.
É preciso investigar e confirmar a fonte da contaminação, entender a dimensão dos danos causados à biota e às populações atingidas ao longo do percurso do rio para que sejam feitas as medidas necessárias de reparação. Sobretudo, para que o crime não se repita.