No Rio Grande do Sul, MAB participa de plenárias em apoio à greve dos petroleiros
Em apoio à greve nacional dos petroleiros, estão sendo realizadas plenárias no estado do Rio Grande do Sul – duas delas na semana passada, nos municípios de Santa Rosa e […]
Publicado 19/02/2020
Em apoio à greve nacional dos petroleiros, estão sendo realizadas plenárias no estado do Rio Grande do Sul – duas delas na semana passada, nos municípios de Santa Rosa e Erechim.
Em Santa Rosa, a plenária, que foi organizada pela Intersindical e Movimento dos Atingidos por Barragens, contou com a presença de Dari Beck Filho, diretor do Sindipetro/RS. Em Erechim, a atividade foi organizada pelo MAB, em nome da Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia, com a presença de Edison Terterola, também diretor do sindicato dos petroleiros no estado.
Ao final da plenária, foi realizado um ato da campanha nacional Gás a Preço Justo, com a venda de 42 botijões para a população, ao preço de 40 reais. A iniciativa, lançada pelos grevistas, tem o objetivo de alertar a população para o alto preço do botijão de gás, item essencial nas casas das famílias brasileiras, que sentem no bolso o impacto.
Em ambas as atividades, o debate girou em torno da importância da defesa da Petrobrás enquanto empresa pública e forte, estratégica para o desenvolvimento e soberania nacional. Os grevistas denunciam o processo de desmonte e sucateamento da estatal, em curso nos últimos anos, com o fechamento de unidades, demissões em massa, venda de refinarias e campos de petróleo e falta de investimentos no sistema. Dentre as pautas dos grevistas, está o não fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (FAFEN-PR) – última fábrica nacional – que acarretará na demissão de 1.000 funcionários, caracterizando-se como descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho.
Outra pauta abordada pela categoria, impulsionada pela campanha Gás a Preço Justo é o alto preço do gás de cozinha, gasolina e diesel. Conforme dados divulgados pelo IBGE, cerca de 18% da população não tem condições de arcar com o elevado custo do gás de cozinha, fazendo com que muitas famílias recorram ao fogão a lenha.
Segundo os petroleiros, os preços praticados sobre o gás, gasolina e diesel não condizem com a realidade nacional, considerando que o Brasil é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. A contradição se deve à política de reajuste de derivados vigente no país, que obriga a Petrobrás a acompanhar o preço internacional do barril do petróleo e a variação do dólar. Assim, uma das reivindicações dos grevistas é a alteração na forma de reajuste dos preços, de forma a possibilitar a comercialização do gás de cozinha a custo de produção nacional, mantendo o lucro da Petrobrás, das distribuidoras e revendedoras, além da arrecadação de impostos nos estados e municípios.
A greve, iniciada no dia 1 de fevereiro, é composta por trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás, integrantes dos sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), e já conta a adesão de mais de 21 mil petroleiros (64% do efetivo operacional), abrangendo 13 estados brasileiros e mais de 121 unidades do Sistema Petrobrás, fazendo desta a maior greve da categoria desde 1995.
O MAB se solidariza com a categoria petroleira por entender que defender a Petrobrás é defender o Brasil.