Lula livre fortalece a luta popular

Obtivemos, recentemente, uma vitória importante: no dia 8 de novembro de 2019, após 580 dias de prisão política, o ex-presidente Lula foi libertado e voltou ao meio do povo. Esta é uma vitória da resistência.

Foto: Ricardo Stuckert

No entanto, este fato não resolve todos os nossos problemas, pois não alterou, ainda, a correlação de forças ao nosso favor. Para que isso ocorra, cabe a nós aprimorarmos a capacidade de luta e organização para libertarmos o país dos entreguistas, privatistas, submissos aos interesses do imperialismo e arrancarmos as sombras do fascismo, dominação e exploração que a burguesia nos impõe.

Sabemos que a prisão de Lula teve como objetivo principal impedir a candidatura do petista à presidência da República em 2018 por meio de conluio armado pela Operação Lava-Jato, subordinada aos interesses do imperialismo e aliado aos interesses da burguesia interna.

Já na chegada de Lula ao cárcere na Policia Federal, em Curitiba, a violência das forças de repressão sobre os militantes, imediatamente, transformou-se em rebeldia e luta. Após as bombas lançadas sobre o povo, a decisão da militância foi audaciosa: organizar uma vigília nas cercanias da Policia Federal até o dia em que Lula seria libertado, denunciando, assim, a prisão política. Foram imensos os desafios superados pelo espírito de militância: violência, frio, chuva, falta de estrutura.

Além da luta pela liberdade de Lula, em 2018, o povo brasileiro teve de enfrentar o processo eleitoral, que demonstrou elevado grau de unidade dos setores da burguesia, impondo uma derrota ao povo com a eleição de Bolsonaro.

Já em 2019, a ofensiva se intensificou com a aprovação da reforma da previdência, cortes de recursos para educação e saúde, ataques aos territórios da Amazônia, além da entrega da nossa soberania e riquezas, por meio das privatizações, desemprego e aumento do número de desalentados e trabalhadores em contexto de extrema precarização.

No cenário latino-americano como um todo, o Brasil incluso, intensifica-se a polarização e a disputa de projetos entre o campo progressista – que propõe garantia e ampliação de direitos aos povos – contra os setores alinhados ao imperialismo – que pretendem saquear as riquezas e explorar cada vez mais o povo, aplicando políticas neoliberais.

“Soberania significa independência, autonomia, liberdade. O contrário é dependência, servidão, submissão. É o que está acontecendo hoje. Estão entregando criminosamente a outros países as empresas, os bancos, o petróleo, os minerais e o patrimônio que pertence ao povo brasileiro. Trair a soberania é o maior crime que um governo pode cometer contra seu país e seu povo”, disse Lula em discurso na 7ª edição do Congresso Nacional do PT, realizado em novembro de 2019.

Em meio a ebulição política em nosso continente e no mundo, voltamos a ter um grande líder político livre. Aguardemos os próximos momentos da luta, em resistência por justiça social e ampliação de direitos.