MAB participa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou nesta terça-feira (3) de uma Audiência Pública sobre o impacto dos resíduos tóxicos na saúde das populações mais pobres na Câmara dos […]

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou nesta terça-feira (3) de uma Audiência Pública sobre o impacto dos resíduos tóxicos na saúde das populações mais pobres na Câmara dos Deputados, e levou a denúncia sobre os impactos na saúde dos crimes de Mariana e Brumadinho.


 

A audiência, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmera dos Deputados, contou com a presença do relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) Baskut Tuncaksobre as implicações da gestão e eliminação ambientalmente racional de substâncias e resíduos perigosos.

O MAB denunciou os impactos na saúde dos atingidos, gerados pelos crimes nas bacias dos Rios Doce e Paraopeba, e o descaso das empresas.

Heider Boza, militante do MAB no Espírito Santo, representou o movimento na audiência e expressou que a denúncia se baseia em dois aspectos centrais: “sobre o impacto que esses resíduos tóxicos de mineração trazem para a saúde humana, e os problemas gerados pelos metais pesados, principalmente nos rios Doce e Paraopeba”.

A outra questão “tem a ver com o aceso às informações de forma independente. No caso do Rio Doce são quatro anos que estamos pleiteando e negociando com as empresas as assessorias técnicas independentes. Na hora da contratação das entidades escolhidas pelas comunidades as empresas estão alegando controversas que conflitam com o que elas mesmas assinaram anteriormente, gerando uma situação inaceitável, que gera muita incerteza nas famílias atingidas”, explica o militante do MAB.

Boza denuncia a falta de informações: “essa situação faz com que a gente siga de fato sem estudos que expliquem os problemas de maneira ampla, e que permitam assessorar às comunidades atingidas com informações relacionadas a saúde, meio ambiente, economia e modos de vida, tanto no crime da Bacia do Rio Doce, quanto do Paraopeba”.

E acrescenta: “Essa situação também é muito grave no caso do derramamento de óleo, onde as informações estão ainda mais ocultas e nem sequer se sabe nem se averiguou, de fato, quem colocou esses resíduos no litoral nordestino e agora no litoral do Espírito Santo, assim como não se sabem os efeitos reais que isso vai poder causar de modo crônico e agudo para quem está em contato com esses rejeitos”.