Defender a Amazônia a uma só voz
O segundo dia do encontro Amazônia Centro do Mundo (18/11) foi marcado pela participação ampla dos povos e organizações. A mesa de abertura foi iniciada com o canto do hino […]
Publicado 19/11/2019
O segundo dia do encontro Amazônia Centro do Mundo (18/11) foi marcado pela participação ampla dos povos e organizações. A mesa de abertura foi iniciada com o canto do hino nacional, entoado pelos Kayapó, Xipaya, Muduruku, ribeirinhos, quilombolas, agricultores familiares, garimpeiros, cientistas, parlamentares, a uma só voz defendendo a sobrevivência da Amazônia.
Raoni Metuktire esteve presente e pediu a todos que tenham calma e respeito. Violência não leva a nada, que venha a paz, que não venha violência contra população indígena, quilombola e demais povos. A Amazônia é do Brasil, todos precisam defender a Amazônia.
Dom João Muniz, bispo da Diocese do Xingu, também esteve presente na mesa de abertura. “Liberdade e democracia só se faz quando há respeito às diferenças. Esse momento é importante para que possamos escutar uns aos outros com respeito. Estamos vendo que a Amazônia está sendo destruída devemos deixar algo para as gerações futuras, não podemos continuar como estamos até agora”.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) foi representado por Edizângela Barros. Esse momento é especial. É um momento de luta em defesa da nossa Amazônia, em defesa da nossa floresta, em defesa da vida. Nós precisamos estar vigilantes constantemente porque vivemos uma época de exploração e retirada de direitos do povo trabalhador, das mulheres, dos povos tradicionais. O projeto do governo que está aí é de destruição da Amazônia, afirmou.
Antônia Melo, do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, também esteve presente e destacou: São os indígenas, ribeirinhos, os povos da floresta que verdadeiramente defendem a soberania nacional na Amazônia. Para ela, o que chamam de desenvolvimento só trouxe morte e destruição. O que precisamos é do envolvimento, afirma.
A mesa de abertura também contou com a presença dos parlamentares Airton Faleiro (deputado federal) e Marinor Brito (deputada estadual), da secretária estadual de cultura Úrsula Vidal, Antônia Martins da Fundação Viver, Produzir e Preservar, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, o cientista Antônio Nobre, entre muitos outros.
O Encontro Amazônia Centro do Mundo acontece na UFPA em Altamira (PA). Um grupo de ruralistas se organizou para tentar impedir o andamento do evento e em alguns momentos buscou provocar tumultos, mas não obteve sucesso.
À tarde, os participantes se dividiram em grupos de trabalho temáticos para aprofundar propostas que deverão constar no manifesto do Encontro. Os grupos se reuniram novamente na plenária para que aqueles que desejassem expressar suas ideias assim pudessem fazer.