NOTA | Rompimento de barragem na Bahia reforça falta de segurança dos atingidos
Na Bahia, na região nordeste do estado, em um povoado no distrito de Quati, município de Pedro Alexandre, mais uma barragem se rompeu. Segundo a Defesa Civil da região, a […]
Publicado 11/07/2019 - Atualizado 21/08/2024
Na Bahia, na região nordeste do estado, em um povoado no distrito de Quati, município de Pedro Alexandre, mais uma barragem se rompeu.
Segundo a Defesa Civil da região, a água se misturou com a terra formando uma espécie de lama que invadiu casas e deixou moradores ilhados. Não há informação sobre vítimas. A barragem foi construída pelo governo do estado, era de água salobra, e utilizada para pesca.
A água já chegou ao município de Coronel João de Sá, onde centenas de pessoas tiveram que abandonar suas casas, na beira do Rio Peixe, divisa com Sergipe.
Infelizmente, o Brasil sofre com mais um rompimento de barragem, reforçando o que o MAB tem denunciado com ênfase no último período: a população que vive próxima dos empreendimentos não está segura e nem ao menos conta com informações sobre as reais condições das estruturas.
A falta de fiscalização das barragens no país é um problema grave, que coloca vidas em risco, e é materializada em ocasiões de rompimento como a que ocorreu nesta quinta-feira (11) no distrito de Quati e em tantas outras, como Mariana e Brumadinho (MG).
O movimento entende que, devido às condições de não monitoramento, as barragens brasileiras são como “bombas-relógios” – a barragem que estourou na Bahia não estava listada oferecendo risco, assim como as barragens de Minas Gerais que mataram tantas pessoas e destruíram dois rios, o Doce e o Paraopeba.
O Movimento dos Atingidos por Barragens reivindica a construção de Planos de Segurança locais que possam dar conta de evitar tragédias em casos de rompimentos. Inclusive, no estado da Bahia, já foi solicitado pelo MAB uma Política Estadual de garantia de direitos das populações atingidas, até o momento sem avanços significativos. Entendemos também a importância da efetivação da Política Nacional de Direitos dos Atingidos (PNAB), aprovada recentemente na Câmara e que segue para debate no Senado.
Historicamente, o MAB luta em defesa da vida e do meio ambiente. É um absurdo que rompimentos de barragens tenham se tornado tão frequentes e tratados pelas autoridades de forma banalizada.
Nossa solidariedade aos atingidos da Bahia.