“Simulação” de evacuação em Barão de Cocais provoca ainda mais dúvidas
Em pouco mais de 30 minutos a população do município de Barão de Cocais finalizou a simulação da evacuação de emergia em caso de rompimento da barragem Gongo Soco, da […]
Publicado 25/03/2019
Em pouco mais de 30 minutos a população do município de Barão de Cocais finalizou a simulação da evacuação de emergia em caso de rompimento da barragem Gongo Soco, da mineradora Vale. Em caso de rompimento, o rejeito chegaria à cidade em 1h12.
Foram organizado sete pontos de encontro para as zonas de salvamentos, onde moram cerca de 9 mil pessoas. A Defesa Civil informou que a população seria levada de ônibus para hotéis na região se fosse um caso real de rompimento. Na tarde dessa segunda, os moradores preencheram um formulário e retornaram para suas casas.
Insegura, a população fez diversas críticas ao processo. A principal delas foi do baixo volume da sirene e poucos carros da Polícia e Defesa Civil nas ruas, já que precisariam saber da emergência mesmo que não estivessem esperando. Há ainda a preocupação sobre como seria a evacuação caso tivesse que ser realizada durante a noite e, principalmente sem o feriado que foi decretado pela prefeitura. Dúvidas de como pode ser caso as ruas estejam cheias, pessoas em comércios e outros locais de aglomeração.
Outro problema que preocupa os atingidos é a distancia e dificuldade de chegar aos pontos de encontros, alguns com longas subidas. A orientação é para ir a pé, para não congestionar as ruas, e levar crianças e malas pode ser difícil em caso de rompimento.
Outros detalhes foram verificados, tais como: berçário para crianças de colo nos pontos de apoio, sendo necessário um local adequado para os primeiros cuidados com os bebês; bebedouro e comedouro para os animais domésticos trazidos pela população; a população foi recebida nos pontos de encontro por funcionários da Vale despreparados.
ENTENDA
Na última sexta-feira (22/03) as sirenes de emergência da cidade de Barão de Cocais foram acionadas. A medida foi tomada após o nível de risco da barragem da Mina Gongo Soco, da Vale, subir para nível 3, que significa risco iminente de rompimento. Uma evacuação de emergência já tinha acontecido no dia 08 de fevereiro e cerca de 500 pessoas já haviam sido retiradas desde então sem previsão de retorno.
Documentos da Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informaram que a empresa o engenheiro Marcelo Riul, da Walm Engenharia, informou no dia 01 de março que havia risco de ruptura da estrutura pelo fenômeno da liquefação, o mesmo que levou o rompimento da barragem de Fundão (Mariana) e Córrego do Feijão (Brumadinho). Mesmo assim, e empresa notificou a população apenas 20 dias depois.
Caso a barragem se rompa, o rejeito irá alcançar o principal rio da cidade que atravessa a área central, o Rio São João e pode dividir a cidade em duas áreas, pessoas podem ficar ilhadas com a situação. Além disso, o Rio São João é subafluente do Rio Doce, que já foi contaminado pelos rejeitos da Vale.