Vale não assume responsabilidade e deixa atingidos mais uma vez sem acordo
Já são quatro reuniões de negociação entre os atingidos e a Vale que terminam EM NADA, com a empresa criminosa não assumindo suas responsabilidades, criando um clima de divisão entre […]
Publicado 19/02/2019
Já são quatro reuniões de negociação entre os atingidos e a Vale que terminam EM NADA, com a empresa criminosa não assumindo suas responsabilidades, criando um clima de divisão entre a população e com proposta de apoio emergencial muito abaixo da necessidade das famílias.
Na reunião realizada ontem, 18, entre o Ministério e Defensoria Públicos Estaduais, a Advocacia Geral do estado, o Movimento dos Atingidos por Barragem e representantes das Comissões de Atingidos de cinco comunidades da Bacia do Paraopeba, Vale mais uma vez nega acordo.
Foi debatida a contra-porposta à minuta de negociação apresentada pela Vale no fim de semana. Atingidos denunciam que na resposta a empresa criminosa não reconhece os territórios abaixo de Salto da Divida como atingidos, não aceita as Assessorias Técnicas e propõe um pagamento muito abaixo da necessidade real das famílias.
Foi muito ruim a proposta da Vale, ela não reconhece que deve ser afastada doas vítimas, não aceitando o Comitê como interlocutor. Além disso, não quer garantir o direito de sustentar os atingidos até a reparação definitiva, já que eles não terão como trabalhar, afirma Joceli Andreoli. Ele reforça que a empresa criminosa usa as doações às famílias para fingir dar resposta para a sociedade e dividir atingidos.
O Ministério Público se comprometeu a construir um pedido ao Juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias para uma decisão judicial na Audiência amanhã, ás 14h, no TJMG, já que a Vale não aceita acordo.
O MAB denuncia que a Vale inicia em toda a bacia sua atuação para enfraquecer a organização dos atingidos, dividindo-os, colocando a população contra o Ministério Público e o Movimento dos Atingidos por Barragens.
A empresa já começou uma atuação direta contra o MAB. Ontem já impediu a presença de militantes em uma reunião e diz aos atingidos que só vai ouvir eles se não tiver o MAB junto. Sabemos a importância da organização, em nosso 30 anos de história de luta no país, e principalmente na Bacia do Rio Doce. Levamos para Brumadinho nada mais que nossa experiência na conquista de direitos dos atingidos, afirma Joceli.
Nessa quarta, 20, atingidos de toda a bacia do Paraopeba vão até o Juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias para cobrar a decisão judicial.