MIB: outra tragédia anunciada

Mineradora próxima a Córrego de Feijão tem cinco barragens que não possuem sirene e nunca fez plano de emergência e evacuação com moradores A cidade de Brumadinho (MG) é rodeada […]

Mineradora próxima a Córrego de Feijão tem cinco barragens que não possuem sirene e nunca fez plano de emergência e evacuação com moradores


A cidade de Brumadinho (MG) é rodeada por mineradoras que operam na extração de minério de ferro. Uma delas é a Mineração Ibirité Ltda. – MIB. A mineradora fica em Córrego do Feijão, distrito atingido pela lama de rejeitos da Vale, que escoaram da barragem B1, no dia 25 de janeiro deste ano.

A MIB está localizada na fazenda Santa Maria, onde possui cinco barragens de rejeitos em uma distância de 800 metros da comunidade de Córrego de Feijão. Segundo moradores, a MIB não possui sirenes em suas barragens e nunca apresentou um plano de emergência e evacuação, caso uma das barragens rompesse.

Atualmente a mineradora está com suas atividades paralisadas por ordem judicial, devido pedido do Ministério Público de Minas Gerais, já que a área de atividade minerária da MIB está próxima ao local de onde ocorreu o rompimento da estrutura da Vale. Ficou determinado pelo Tribunal de Justiça que a MIB adote medidas para impedir “todo e qualquer carreamento de sedimentos para os Córregos do Feijão e Samambaia”.

A MIB já teve suas atividades paralisadas em 2017. Na época, o TJMG determinou que a mineradora deixasse de fazer desmontes explosivos. O método utilizado pela mineradora provoca vibrações que poderia causar danos às estruturas das barragens.

“A MIB alega fazer preenchimento de cava. Retira o material e coloca o rejeito na cava. Só que há anos a empresa não minera na região. Ela traz rejeito de outra mina e fazem o alteamento. Ou seja, se ela não faz a cava aqui, não tem onde depositar o rejeito. Tememos que aconteça a mesma coisa que a barragem da Vale”, diz Luciano de Oliveira, morador de Córrego do Feijão.

MIB tira o sono de moradores

O que era para ser um local de sossego e descanso, virou o pesadelo de moradores próximos as minas de extração da mineradora MIB. A casa de dona Rejane Morais e Ricardo Morais fica a um metro de distância da barragem da MIB, que escutam diariamente os estrondos dos explosivos de rochas feitos pela mineradora.

Segundo o casal que mora desde 1990 em Córrego do Feijão, os transtornos causados pela MIB começaram em 2008. “Estamos há mais de dez anos sofrendo com os barulhos dos explosivos e falta de energia, a poeira do minério e rachaduras na estrutura. Nossa casa está sustentada por duas pilastras de madeira”, mostra indignada, Rejane.

A família diz já ter sido ameaçada por funcionários da MIB. De acordo com eles diretores afirmaram que conseguem cooptar juízes e órgãos públicos da região para pressionar a liberação de licenças e desapropriação de áreas de interesse da mineradora.

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