Eletricitários e atingidos rebatem bancada da privatização da Eletrobrás

Em audiência pública foram apresentados pontos primordiais que envolvem o processo de golpe por trás da desestatização e suas consequências para o povo Ontem (16), uma nova Audiência Pública da […]

Em audiência pública foram apresentados pontos primordiais que envolvem o processo de golpe por trás da desestatização e suas consequências para o povo


Ontem (16), uma nova Audiência Pública da Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 9463 foi realizada na Câmara dos Deputados.

Representantes da categoria dos eletricitários, atingidos por barragens, professores e deputados rebateram o projeto de lei que visa “entregar” a Eletrobrás para as mãos do capital financeiro e apresentaram propostas de solução para os atuais “problemas”, como defendem os relatores da proposta, enfrentados hoje pela estatal.

Representando o Coletivo Nacional dos Eletricitários, Fabíola Latino Antezana, denunciou o intenso processo de sucateamento que a empresa vem sofrendo no último período, como uma estratégia que justificaria a privatização.

“Hoje estamos sofrendo um ataque a Eletrobrás e aos trabalhadoras. Uma empresa de comunicação foi contratada para realizar uma campanha para simplesmente falar mal da estatal. Temos as consultas públicas do Ministério de Minas e Energia e da Aneel que não dialogam com a realidade.  É um processo intenso de sucateamento. Existem diversas outras alternativas. Porque não rever o preço do custo e distribuição? Pra daí sim pensar em mais investimentos. A privatização não é a solução”, defende.

Erica Kokay, deputada federal (PT) desmontou o discurso da base golpista de que as tarifas de energia vão abaixar com a privatização.

“Estão tentando enganar o povo brasileiro, como se tivesse tipo uma consulta para a discussão de modelo energético. Mas isso não ocorreu. O governo tenta construir uma narrativa de que com a privatização irá se reduzir o preço da tarifa, mas na realidade, esse processo vai impactar os consumidores residenciais e industriais com grandes aumentos nas contas de energia. Privatizar a Eletrobrás é romper uma soberania energética e uma soberania nacional”, afirma.

O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT) apontou as contradições do modelo de privatização comparando-o com outros países “desenvolvidos”.

“Essa medida nos coloca uma vez mais na contramão do mundo desenvolvido. A maioria dos países desenvolvidos o estado domina e energia hidráulica, até na meca do liberalismo, os EUA. Não é razoável apresentar para a sociedade uma única proposta, que nem os deputados da base tem a coragem de defender”, afirma.

O professor Dorival Gonçalves Júnior questionou o modelo energético como um todo, apresentando os agentes financeiros que praticamente já controlam o setor e que tem interesse na privatização.

“O Estado é ineficiente em qual sentido? Essa discussão não aborda o que realmente está em jogo. Hoje estamos sob domínio do sistema financeiro, com as distribuidoras e transmissoras controlando as tarifas. O que está em jogo é a manutenção deste esquema. Ao se privatizar a Eletrobrás os impactos nas tarifas serão ainda maiores”, conclui.

Confira o vídeo na íntegra da Audiência:

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro