Brigada Lula Livre e trabalhadores da energia são expulsos de reunião no Congresso sobre venda da Eletrobras

Golpistas não aceitaram críticas à fala do Ministro da Fazenda Eduardo Guardia que colocou a Vale como modelo para a Eletrobrás privatizada. Manifestantes denunciaram que a mineradora é responsável por […]

Golpistas não aceitaram críticas à fala do Ministro da Fazenda Eduardo Guardia que colocou a Vale como modelo para a Eletrobrás privatizada. Manifestantes denunciaram que a mineradora é responsável por derramar com a Samarco 60 milhões m³ de rejeito na bacia do rio Doce.


 

Trabalhadores e trabalhadoras do setor energético de várias partes do país e movimentos sociais organizados na Brigada de Agitação e Propaganda Lula Livre foram expulsos do Congresso Nacional na tarde desta terça-feira (8) após protesto durante reunião da Comissão Especial na Câmara dos Deputados que analisa o projeto de lei sobre a privatização da Eletrobrás (PL 9463/18).

A Comissão recebeu o ministro da Fazenda Eduardo Guardia que veio defender a privatização argumentando que a venda vai capitalizar a empresa para novos investimentos, trazer ganhos de eficiência e diminuir a tarifa de energia na transmissão. O ministro apresentou a Embraer, a Vale e conglomerados que controlam bolsas de valores como corporações que devem ser exemplos para a Eletrobras privatizada. 

Os presentes se manifestaram ao final da fala do ministro denunciando as mentiras ditas e já repetidas também pelo presidente da empresa Wilson Ferreira, o mesmo que autorizou o gasto de 2 milhões de reais para a estatal fazer publicidade negativa de si mesma.

Os manifestantes vaiaram o ministro e aos gritos de “golpistas” e a “Vale matou o rio Doce” denunciaram que a mineradora, “modelo de eficiência” e responsável pelo maior crime ambiental do país, é unicamente exemplo de morte e violação de direitos. O presidente Hugo Mota (PRBPB) não aceitou os protestos e, afirmando que o ministro foi desrespeitado, expulsou os manifestantes do plenário. 

Houve tensão entre os integrantes da Brigada Lula Livre, trabalhadores e a guarda legislativa que coagiu a saída dos presentes. Somente imprensa, assessores e parlamentares foram autorizados a ficar. Após resistir a expulsão, os manifestantes saíram aos gritos de “golpistas”, “fora temer” e “água e energia não são mercadorias.”

“Este foi mais um ato de autoritarismo deste estado de exceção. Apenas manifestamos nossa indignação contra o cinismo deste governo que apresenta a Vale, que já foi eleita a pior empresa do mundo em 2011, como modelo para a Eletrobras. E o presidente ainda vem mentir dizendo que a tarifa vai cair, sendo que eles já foram desmentidos pela própria ANEEL”, comenta um dos manifestantes.

Segundo o Estado de São Paulo, um novo ofício do órgão foi assinado pelo diretor-geral da agência reguladora, Romeu Rufino, na sexta-feira (4) em resposta à consulta feita pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). No mês passado, o diretor já havia se posicionado sobre as 158 emendas à MP 814 que tramita no Senado. Agora, a manifestação avalia as sugestões acatadas pelo relatório do deputado Júlio Lopes. 

A agência reforça a posição de que essa atualização resultará na transferência ao consumidor do custo de R$ 2,1 bilhões por ano.

A MP 814 também foi discutida hoje no Senado Federal e a sessão foi adiada duas vezes também por causa da atuação da oposição, da Brigada Lula Livre e dos trabalhadores da energia. 

O governo federal atua atropelando os debates, modificando artigos polêmicos sem respeitar os intervalos dados pela presidência para avaliar as propostas. As mudanças, por exemplo, tiram 8 milhões de pessoas da tarifa social. A reunião dos senadores continua amanhã às 9h da manhã. Os deputados continuam as discussões na Câmara às 14:30h já com a leitura do relatório do deputado José Carlos Aleluia (DEMBA).

Trabalhadores e trabalhadoras da energia e movimentos sociais organizados na Brigada Lula Livre continuam acompanhando todos os debates. A Brigada de Agitação e Propaganda que atua em Brasília denuncia a prisão arbitrária do presidente Lula dialogando diretamente com a população sobre os efeitos do golpe de estado e a necessidade de informar e organização o conjunto dos trabalhadores para fazer frente aos efeitos do golpe e ao estado de exceção. 

Integram a Brigada o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e o Levante Popular da Juventude.

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