Atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão ocupam ferrovia da Vale
A ocupação ocorre em Pedra Corrida, distrito de Periquito (MG), e cobra a reparação dos direitos negados à população impactada pela lama Na manhã deste sábado (17), atingidos pelo rompimento […]
Publicado 17/03/2018
A ocupação ocorre em Pedra Corrida, distrito de Periquito (MG), e cobra a reparação dos direitos negados à população impactada pela lama
Na manhã deste sábado (17), atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco, Vale e BHP Billiton, ocuparam os trilhos da ferrovia da Vale. Os atingidos e atingidas, organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), reivindicam seus direitos já que ainda não houve a devida reparação dos danos provocados pelas milhões de toneladas de rejeito de minério despejados no Rio Doce.
A ocupação foi feita em Pedra Corrida, distrito do município de Periquito (MG), onde vivem milhares de atingidos, ribeirinhos, pescadores, agricultores, lavadeiras, comerciantes e outros, que seguem convivendo há dois anos e quatro meses com os danos sociais, ambientais e econômicos, do que foi considerado o maior crime socioambiental do Brasil.
“Ainda existem pescadores que não tiveram seus direitos reconhecidos, as propostas de indenizações são injustas e foram definidas a partir de uma matriz de danos imposta pela Renova em um processo sem transparência e sem participação dos atingidos; a população recebe água em casa do Rio Doce, que não é de confiança, já que apresenta cheiro e sabor ruim, e em períodos chuvosos não é incomum sair barrenta das torneiras. Queremos trazer atenção especial para a água, pois vamos tratar desse assunto no FAMA (Fórum Alternativo Mundial da Água), que já está ocorrendo em Brasília, e que nos somaremos para denunciar que a água de qualidade é um direito, e nós estamos sendo privados dele”, afirma uma moradora local, militante do MAB.
Os atingidos exigem reconhecimento dos seus direitos, indenizações justas com reconstrução de matriz de danos a partir da participação efetiva dos atingidos, construção de um sistema de captação de água alternativo ao Rio Doce por meio do Rio Corrente e o financiamento de uma pesquisa sobre contaminação da população por metais, a ser realizada por entidade independente escolhida pela comunidade. O tema da saúde preocupa os moradores já que é comum as queixas de problemas de pele, queda de cabelo e dores no estômago.
Os manifestantes pretendem manter a paralisação até o atendimento da pauta por parte da Fundação Renova, entidade criada e controlada pelas mineradoras para realizar a reparação dos danos em toda a bacia.