Somos atingidos, somos diversidade

Coletivo de diversidade sexual realizou sua primeira plenária durante Encontro Nacional do MAB, que ocorreu no Rio de Janeiro Fotos: Joka Madruga Mais uma vez o Movimento dos Atingidos por […]

Coletivo de diversidade sexual realizou sua primeira plenária durante Encontro Nacional do MAB, que ocorreu no Rio de Janeiro

Fotos: Joka Madruga

Mais uma vez o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) reafirmou seu compromisso com a construção de uma nova sociedade. Na quarta-feira (4), aconteceu a primeira Plenária Nacional da Diversidade Sexual, como parte da programação do 8° Encontro.

O movimento caminha rumo à inserção da diversidade sexual em todas suas instâncias, por meio de formações sobre o tema. A iniciativa veio dos próprios sujeitos e sujeitas LGBT’s do MAB, como explica Camilla Brito, uma das organizadoras da proposta. “Nós não queremos criar outro movimento, nós estamos construindo e ampliando o espaço da população LGBT dentro do MAB. Queremos que essas pessoas estejam em todas as tarefas, inclusive na direção do movimento.”

Em um contexto de retrocessos, como o corte total do orçamento nacional para o combate à LGBTfobia, anunciado nesta semana, pautar a importância da diversidade dentro do movimento é um ato revolucionário, que escancara a preocupação do MAB em construir novos homens e novas mulheres.

“O processo de transformação social passa pela liberdade de ser, de viver e de amar. Então a gente também precisa debater isso com os atingidos. Este é o momento em que a classe trabalhadora precisa estar muito unida para fazer o enfrentamento contra todos esses retrocessos e apontar a importância de debater raça, gênero, diversidade sexual é fundamental”, afirma Camilla.

A travesti Paloma Silva, de 21 anos, que participa do Encontro, é de Fortaleza, cidade brasileira que mais mata travestis, transexuais e transgêneros no país. Em uma realidade em que a cada 25 horas uma pessoa LGBT é assassinada, Paloma destaca a vitalidade de organizar esses indivíduos para a luta por direitos.

“Eu acho super importante que a gente está organizada e tem esse espaço para debater. É muito difícil a gente vivenciar tudo isso. É uma situação muito triste. Estar numa organização dessa é de muita importância e muito valor, porque a gente se sente bem mais protegida e com direitos”, declara Paloma.

Em carta, o Coletivo de Diversidade do MAB afirmou que “a luta contra todas as formas de exploração e opressão é uma luta pela transformação da sociedade. Humanizar nossas relações se torna uma condição para continuar na linha de frente da batalha com convicção”.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro